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Bravura com sobriedade

Com formato de três volumes e estilo elegante, o Peugeot 405
notabilizou-se pelo desempenho das versões esportivas e de rali

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Cinco motores, 10 versões de acabamento: a variedade de opções era um destaque do 405, que mostrava linhas atuais e muito harmoniosas

Desde a década de 1950, as fábricas de automóveis concentravam suas forças em modelos sedãs, a carroceria preferida pelo grande público. Era o primeiro a ser desenhado e projetado e, a partir dele, vinham depois variações como perua, cupê e conversível. Nos anos 80, porém, esse tipo de carroceria já não estava na prioridade da indústria européia. Aquele carro de estilo convencional, que poderia tanto atender a um jovem casal quanto uma pequena família, não era mais tão comum na paisagem: dos compactos aos médios, ganhava cada vez mais espaço o formato hatchback ou de dois volumes.

Nessa década, na Europa, os automóveis médios — entre 4 e 4,5 metros de comprimento — de maior sucesso eram, em grande parte, hatches ou ofereciam essa alternativa. Na França havia o Citroën BX, o Peugeot 305, o Talbot Solara e o Renault 18; na Alemanha, Audi 80, Ford Sierra, Opel Ascona e Volkswagen Passat; na Itália, Alfa Romeo Alfetta e Lancia Delta; e do Japão vinham Datsun Sunny, Honda Accord (ainda com medidas compactas), Mazda 626, Mitsubishi Lancer e Toyota Corona.

A francesa Peugeot, que tinha sua principal linha de produção em Sochaux, cidade quase fronteiriça com a Alemanha, passava por problemas de administração causados pela compra da Chrysler Europa, que reunia as marcas francesas Simca e Matra e a Sunbeam, do grupo inglês Rootes, entre outras. Seus produtos eram muito bons, mas havia lacunas na gama. Ela começava com o pequeno dois-volumes 104, passava pelo sedã médio 305 lançado em 1977, contava ainda com o guerreiro 504 em fim de linha, o sedã 505 lançado em 1979 e finalizava com o topo de linha 604, luxuoso e potente.

A marca resistia à tendência pelo hatch — salvo no segmento de entrada do 104 — e assim continuaria em seu próximo projeto. Em 1982 os primeiros esboços de um carro moderno, com boa aerodinâmica, estavam nas pranchetas. Suas dimensões correspondiam ao segmento M2, a categoria média superior, que representava 20% das vendas nos 17 países da comunidade econômica européia e na França quase 55%. Seu comprimento deveria estar entre o do 305 e o do 505.

O centro técnico de La Garenne, situado na região parisiense, trabalhava junto do estúdio Pininfarina, em Turim, Itália para desenvolver o novo Peugeot sob o nome de código D60. Em maio de 1983 já tinha a parte externa definida. Jacques Calvet, recente no cargo de presidente, e Jean Boillot, executivo já com mais de 30 anos na empresa, aguardavam ansiosos pelo modelo com que enfrentariam a crescente concorrência. No fim de 1986, cerca de 20 carros já rodavam em testes — até Calvet rodava com um à noite nos arredores de Paris. Profissionais de todos os níveis davam bons palpites.

Em março de 1987 entrava em produção nas fábricas de Sochaux e Rython, na Inglaterra, o Peugeot 405. A produção na França seria de 1.000 a 1.500 unidades por dia e, do outro lado do Canal da Mancha, em torno de 200 exemplares diários. Desenvolvido sobre a base do "primo" BX, sua plataforma estava apta a comportar motores de 80 a 160 cv. E continuava uma das maiores linhagens da marca, pois nas décadas de 1930 e 1940 foram produzidos os modelos 401 e 402, em 1955 era lançado o 403 e o 404 fora produzido entre 1960 e 1975. Depois de 12 anos de intervalo, a série 400 era enfim retomada. Continua

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Data de publicação: 31/1/09

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