A estréia de uma linhagem

Com quatro modelos de diferentes tamanhos, a Peugeot
inaugurava nos anos 30 a denominação com zero no meio

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação





O compacto Peugeot 201 em versões Cabriolet (foto inferior) e Berlina, ou sedã: uma linha simples e econômica com motor de 1,1 litro e 25 cv

O modelo 301 era maior e usava motor de 1,5 litro com 35 cv; além deste sedã com portas dianteiras "suicidas" havia o cupê (foto no alto)

A fábrica de automóveis Peugeot tem sua origem no fim do século XIX, mais precisamente em 1889, na cidade de Sochaux, no sudeste francês. Seu criador, Armand Peugeot, já vinha de uma longa tradição familiar na indústria. Em parceria com Léon Serpollet ele construiu o primeiro automóvel a vapor da marca, batizando-o de Tipo 1. Foi exibido na Exposição Universal em Paris. Dois anos depois era lançado o quadriciclo Tipo 3, movido a derivado de petróleo, com motor traseiro e estrutura bem similar à de uma bicicleta. Em 1895 eram testados os primeiros pneus Michelin num modelo da marca do leão.

No princípio do século a produção de automóveis se diversificava. Um dos sucessos da marca era o popular Bébé, ou Tipo 69, lançado em 1905 com motor monocilíndrico. Os projetos iam se sucedendo até a chegada do Tipo 127 em 1911. Antes da Primeira Guerra Mundial, iniciada em 1914, a produção estava concentrada nas unidades fabris de Audincourt, Lille, Beaulieu e Valentigney. A Peugeot produzia a metade de automóveis na França, cerca de 10.000 unidades por ano.

Na década seguinte o Tipo 161 “Quadrilette” de 1921 era peça importante da fábrica. Tinha duas portas, pára-lamas destacados e capota de lona. Um popular de pequenas dimensões, simples e acessível. Em 1923 um interessante modelo era o Tipo 174 cupê “Chauffeur”. Sua característica principal era a capota fechada somente para os dois passageiros de trás. Protegida por um vidro frontal e dois laterais, isolava os ocupantes do motorista e um possível acompanhante, que iam ao sabor do clima. No verão estava ótimo, já no inverno...

Em 1925 o centésimo milionésimo carro saía das fábricas e, quatro anos depois, dois acontecimentos marcariam a empresa por anos. Era inaugurada a unidade fabril de Sochaux e também adotada a numeração de três dígitos da marca com o lançamento do modelo 201, que coincidia com o ducentésimo primeiro projeto da indústria. O primeiro dígito designava a família do carro. O segundo, um zero, fazia a ligação a um terceiro, para determinar a geração. Esse padrão de identificação seria registrado pela Peugeot.

A principal versão era o 201 Berlina. Na época o termo designava um modelo fechado com capota de aço e quatro portas, que podia ter ou não um porta-malas integrado. As portas dianteiras eram tipo suicidas, com abertura para trás. Sua bonita grade retangular em posição vertical tinha contornos cromados e, ao centro, ficava o emblema da empresa em forma triangular com cantos arredondados. Ao lado estavam faróis circulares apoiados em uma barra cromada. O porta-malas pequeno e destacado era suficiente para a bagagem de quatro ocupantes. Suas linhas eram adequadas a seu tempo. Sua carroceria estava apoiada em chassi com longarinas e travessas metálicas em forma de U.

Uma versão agradável era o Cabriolet, ou conversível, com duas portas e capota de lona. Tinha uma descontração simpática. Nas duas versões o pára-brisa tinha abertura para frente para melhorar a aeração interna no verão. Comum a ambas, o motor dianteiro com bloco e cabeçote em ferro fundido era refrigerado a água e tinha quatro cilindros em linha, válvulas laterais e 1.084 cm³. Alimentado por um carburador da marca Solex, atingia a potência de 25 cv e levava o carro a modestos 80 km/h. O câmbio tinha três marchas com alavanca no assoalho e a tração era traseira. A suspensão usava molas semi-elípticas transversais na frente e feixes de molas atrás; os quatro freios eram a tambor. Continua

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Data de publicação: 30/9/08

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