
A sugestão de um dentista fã de
Peugeots levou ao conversível esporte 301 Eclipse, cuja capota rígida se
ocultava dentro do porta-malas


De vida curta, o 401 aumentava
as dimensões e a cilindrada do motor e, na versão conversível,
acrescentava acionamento elétrico da capota


O grande 601, com motor de seis
cilindros e 2,15 litros, também contou com escolha entre sedã (em cima)
e conversível (embaixo o Roadster) |
Uma versão interessante aparecia em 1932: a CS Roadster, que tinha o motor SE3
de 1.122 cm³ e 30 cv. Nesses
cupês a suspensão dianteira era independente. Tinha como objetivo o
rigoroso Rali de Monte Carlo.
Em 1932 chegava o modelo 301, maior que o 201 e visando a outro segmento. Mantinha o estilo de carroceria com linhas retas e
convencionais. Seu motor de 1.465 cm³ fornecia 35 cv, para velocidade
máxima de 105 km/h, e adotava partida elétrica, embora mantivesse o
acionamento manual. Conforme a versão, media de 4 a 4,80 metros de comprimento.
A suspensão independente à frente era marcante em sua categoria.
Eram lançadas no ano seguinte um cupê com
linhas aerodinâmicas e o 301 Eclipse.
Este era o nome de uma capota rígida retrátil que, quando aberta, basculava para dentro do porta-malas.
Esta idéia genial era de um dentista, Georges Paulin, amante de
automóveis e fã dos Peugeots. Ele era amigo de Marcel Pourtout, que
trabalhava com carrocerias e tinha como cliente o famoso concessionário
Darl’mat, especialista em automóveis com carrocerias esportivas da marca
do leão. Sua invenção inspirou na década de 1950 o americano Ford
Skyliner e muitos outros, até os recentes cupês conversíveis da marca,
como os 206, 207, 307 e 308 CC. A versão Berlina em 1934 ganhava linhas
mais arredondadas e seguia a mesma fluidez do Eclipse. Até 1936 foram
produzidas cerca de 70.000 unidades.
A linha 01 seguia e o 401 era lançado em 1934, com maiores dimensões e
motor de 1,7 litro e 44 cv. Nada menos que 11 opções de carroceria foram
oferecidas, incluindo a Eclipse, em que a capota retrátil ganhava
acionamento elétrico. De vida curta, o 401 foi fabricado só até o
ano seguinte em 13.500 unidades e substituído pelo 402, bem mais
moderno. A empresa reagia para fazer frente ao avançado
Citroën Traction Avant. O
501 nunca existiu — a família iniciada por 5 só viria a nascer com o
504 em 1968. Mas, em
1934 e 1935, a gama 601 era a superior da Peugeot. Existiu uma linha
completa com sedã, cupê Coach, o rústico Familiale, Cabriolet e o Roadster Sport, com belas linhas aerodinâmicas. Estes
esportivos se caracterizavam por teto mais baixo e terceiro banco no
lugar do porta-malas. Tanto o Roadster quanto o Cabriolet tinham capota
de lona.
O destaque ficava por conta do 601 D Eclipse, com capota retrátil e comando elétrico. Era um espetáculo
quando acionada. Em caso de pane ou para economizar a bateria de 12
volts, havia uma alavanca de metal cromado no encosto do banco traseiro
que efetuava o movimento. A propaganda anunciava "La Transformable Électrique 601". Transportava com conforto
duas pessoas, pois era muito largo, mas os de trás iam bem apertados em
bancos retráteis perpendiculares aos da frente. O acabamento era
correto, ainda que desprovido de luxo.
Muito bonito e com pára-brisa inclinado, media 4,85 metros de
comprimento, 1,62 m de largura e 3,07 metros de entreeixos. Seu peso era
de 1.430 kg. A carroceria e a capota de aço estampado estavam apoiadas
num chassi em madeira. Seu desenho também era obra da dupla Georges
Paulin-Marcel Pourtout, com linhas belas e elegantes. O porta malas era
muito grande e sobre ele ia o pneu sobressalente. A grade cromada tinha
frisos verticais, muito imponente. Apoiados nos pára-lamas estavam dois
faróis circulares e sobre eles as luzes de direção.
No painel de aço, havia no centro um único mostrador com velocímetro,
relógio, marcadores de temperatura e combustível e amperímetro. Já eram
fiéis à marca Jaeger. O volante de três raios vinha em baquelita e a
alavanca de câmbio estava no assoalho. O motor de seis cilindros em
linha, também com válvulas laterais, tinha 2.148 cm³ e 60 cv, com
funcionamento suave e grande robustez. O velocímetro otimista estava
graduado a 150 km/h, mas a velocidade máxima era de 105. Era um carro
para desfilar.
A caixa de câmbio tinha três marchas, não sincronizadas, e a tração era
traseira. A suspensão dianteira era independente, com feixes de molas, e
a traseira usava eixo rígido com molas semi-elípticas longitudinais. Os freios eram a tambor. Foram construídos cerca de
4.000 exemplares do 601, apenas 21 na versão Eclipse. Até a chegada
do compacto 1007 em 2004, a empresa manteve-se fiel aos três
dígitos com o zero no meio.
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