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Carros do Passado

O hexacampeão dos ralis

Vitorioso nas pistas por seis anos, o Delta prosseguiu
na tradição da Lancia de grandes competidores

Texto: Fabrício Samahá - Edição: Bob Sharp - Fotos: divulgação

A marca fundada pelo italiano Vincenzo Lancia em 1906 estabeleceu-se logo como uma indústria inovadora. Seu modelo Lambda, de 1922, foi o primeiro automóvel com suspensão dianteira independente e túnel de transmissão, que permitia rebaixar em muito a carroceria. Em 1933 o Augusta introduzia a estrutura monobloco, e já no ano seguinte aparecia o Aprilia, testado em túnel de vento. Em 1950 o Aurelia inovava com motor V6 dianteiro e transmissão com câmbio e tração traseiros (transeixo).

O primeiro Delta, em 1979: um despretensioso hatch com as formas retilíneas típicas de Giugiaro e motores de 1,3 e 1,5 litro

Nos anos 60 e 70, porém, a Lancia era mais conhecida por seu sucesso nas pistas de rali, com o Fulvia e o Stratos. Em 1978 era absorvida pelo grupo Fiat e, no Salão de Frankfurt em setembro do ano seguinte, apresentava o médio-pequeno Delta. O desenho do mestre Giorgio Giugiaro combinava-se à plataforma e à mecânica do Fiat Ritmo/Strada, com as devidas alterações para melhor desempenho e comportamento dinâmico.

Era um hatchback de três portas e formas angulosas, com motor longitudinal, tração dianteira, entreeixos de 2,475 metros e suspensão independente McPherson na frente e atrás, emprestada do Lancia Beta. Os motores de 1,3 e 1,5 litro ganhavam potência em relação aos Fiats; o mais forte o levava a 165 km/h. Já no ano seguinte era eleito Carro do Ano por jornalistas europeus.

Um derivado que não durou muito: o Prisma, um três-volumes com a mesma plataforma do Fiat Regata

Em 1982 a linha crescia com o três-volumes Prisma, equivalente ao Regata da Fiat. Chegavam também a versão de luxo LX do Delta, transmissão automática para o 1,5 e mais força para o 1,3. Logo um Delta GT 1,6 era lançado, com motor de duplo comando do Beta, 105 cv e freios a disco também na traseira.

O Delta começava mesmo a esquentar no ano seguinte. Na versão HF Turbo, o motor 1,6 com turbocompressor, ainda usando carburadores, desenvolvia 130 cv e 19,5 m.kgf de torque. Uma reestilização em 1986 vinha acompanhada de motores 1,3 e 1,5 revistos, enquanto o GT e o HF Turbo ganhavam injeção Weber, passando a 109 cv e 140 cv, nesta ordem. Neste último, uma turbina Garrett de menor inércia permitia obter o torque máximo 500 rpm mais cedo.
Continua

A origem da sigla
O "HF" dos Lancias significa High Fidelity, ou alta fidelidade. Não se trata de um sistema de áudio sofisticado, mas de um clube fundado em 1960 entre fiéis clientes da marca, com critérios de admissão bastante restritos. Já no ano seguinte o emblema aparecia nos Flaminias Pinin Farina que competiam em provas de grã-turismo. Em 1963 uma equipe de corridas não-oficial era criada, tornando-se oficial dois anos depois. Em 1966 a própria Lancia adotava o símbolo do elefantinho, aplicado ao Fulvia HF Coupé.

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Data de publicação deste artigo: 6/4/02

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