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Carros do Passado

Tração integral   Em 1985 a Lancia utilizava nas provas do Grupo B de rali -- categoria bastante permissiva, válida a partir de 1983, que levou à construção de supercarros muito potentes e avançados -- o Delta S4 (saiba mais), que só na aparência lembrava o Delta de rua. O Grupo B exigia produção mínima de 200 carros em 12 meses e permitia evoluções com apenas 20 unidades produzidas.

O Delta ganhou potência -- e fama -- na versão Integrale, que usava motor 2,0 turbo

Contudo, logo aconteceram graves acidentes, como o de 1986 no Tour de Corse, que vitimou o piloto finlandês da Lancia, Henri Toivonen, e seu co-piloto, o americano Sergio Cresto, com um S4. Um pouco antes, três espectadores no Rali Vinho do Porto, em Portugal, morreram vitimados por um Escort RS 200. Isso levou a FISA -- órgão da Federação Internacional do Automóvel que detinha o poder esportivo internacional -- a encerrar a classe em ralis para o ano seguinte. 

Surgia então o Grupo A, com carros mais modestos, modelos de rua de quatro lugares, com produção mínima de 5.000 unidades em 12 meses e preparação limitada. Para a Lancia, era o momento de colocar o Delta nas pistas. O sistema de tração integral do S4 foi adaptado e resultou na versão HF 4WD (four-wheel drive, tração nas quatro rodas), lançada em maio de 1986. O motor turbo de 1.995 cm3 -- o mesmo do Lancia Thema e de nosso Tempra -- entregava 165 cv.

A primeira versão Integrale de rua: oito válvulas, 185 cv, de 0 a 100 km/h em 6,6 s

Externamente era identificado pelos quatro faróis, mais dois de neblina no pára-choque, e pelas tomadas de ar no capô. Esse Delta levou a Lancia a ingressar no WRC (World Rally Championship, Campeonato Mundial de Rali) em 1987 com enorme êxito: com 230 cv, faturou o título desse e dos cinco anos seguintes, em que o carro evoluía para Integrale (integral, em italiano) e Evolution.

O segredo dessa fera estava na tração integral com três diferenciais, sendo o central de acoplamento viscoso e o traseiro Torsen (sensível ao torque), como nos Audis Quattro. Esse diferencial distribuía a força entre as rodas traseiras conforme a aderência do piso, chegando a um bloqueio de 70% -- tudo de modo automático, sem intervenção do piloto.
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S4, o bólido do Grupo B
O programa Delta S4 começou em 1983. Esse sofisticado carro de competição, que só na aparência guardava alguma semelhança com o Delta de rua, utilizava um chassi tubular do tipo treliça, tração integral com diferencial central do tipo Ferguson e motor entreeixos, desenvolvido pela Abarth.





O quatro-cilindros de 1.759 cm3, todo de alumínio, trazia cabeçote de duplo comando, 16 válvulas, injeção com dois bicos injetores por cilindro e -- pasme -- somava um compressor mecânico a um turbocompressor, auxiliados por dois resfriadores de ar.
A potência de 480 cv chegava a 8.400 rpm.
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Suspensões de braços sobrepostos, freios a disco ventilado e um câmbio ZF de cinco marchas completavam o conjunto.

O S4 foi homologado em 1°. de novembro de 1985 e estreou nos ralis no mesmo mês, conseguindo primeiro e segundo lugares. No ano seguinte obteve outras vitórias, mas perdeu o título para a Peugeot. Ainda em 1986 o Grupo B era extinto, encerrando prematuramente sua carreira.

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