Rumo ao topo

Reconhecido como o "Mercedes francês", o Peugeot 505
teve uma carreira consagrada na Europa e fora dela

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Desde alguns anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, a francesa Peugeot sempre fez sedãs de sucesso. Em 1955 era apresentado o modelo 403, que foi produzido até 1965. Em 1960 foi a vez de o 404 entrar em cena, sendo feito em diversos países até 1981. Na França foi substituído por outro sucesso, o 504, lançado em 1968. Na década de 1970 a carreira deste modelo ia bem, mas as vendas começavam a cair, pois a concorrência se modernizava. A casa precisava de um novo sedã, que teria a dura tarefa de substituir um sucesso.

A renovação da linha começara bem na década. Produtos como o 104 e o 305, este lançado em 1977, tiveram grande êxito. Mais uma vez com a ajuda do estúdio italiano Pininfarina, os homens de Sochaux começaram a trabalhar num novo carro de porte médio. A primeira maquete foi feita em 1975 e no ano seguinte mais duas eram apresentadas pelo famoso estúdio, já com formas bem próximas do que seria o modelo definitivo. Faltava definir somente detalhes da frente e da traseira. Interessante é que num deles os faróis estavam bem grandes, como os que hoje equipam toda a linha Peugeot. Os primeiros protótipos começaram a rodar em 1976.

O sucessor do longevo 504 era um sedã amplo, com linhas equilibradas e de bom gosto,
e mantinha a tração traseira, em que seria o último modelo francês ao fim da produção

Em maio de 1979 estreava o novo sedã com um desenho clássico, mas atraente: o 505, que tinha três volumes e quatro portas. À primeira vista parecia um 305 grande. Tinha linhas limpas, detalhes modernos como maçanetas embutidas e ampla área envidraçada. A frente ligeiramente inclinada mostrava uma discreta grade com o símbolo do leão ao centro e os faróis, como mandava a tradição, tinham formato trapezoidal. Atrás vinham lanternas retangulares e luzes de direção na cor âmbar. Os pára-choques eram pretos e os dianteiros traziam luzes de seta inseridas. Media 4,58 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,46 m de altura e 2,74 m de distância entre eixos e pesava 1.200 kg.

O motor básico podia vir na versão GR, mais simples, e na SR, mais refinada, que recebia vidros verdes, bancos com tecido mais sofisticado, apoio de braço central traseiro, friso de proteção de portas e direção assistida como opcional. Com quatro cilindros em linha, 1.971 cm³, comando de válvulas no bloco e um carburador de corpo duplo, obtinha a potência de 96 cv a 5.200 rpm e o torque máximo de 16,4 m.kgf a 3.000 rpm. O câmbio manual tinha quatro marchas, mas o carro podia vir equipado também com caixa automática. A velocidade máxima era de 165 km/h.

Os faróis em forma de trapézio, típicos da Peugeot, davam um ar imponente ao 505

Esse motor era movido a gasolina, mas uma versão a GLP (gás liquefeito de petróleo, usado em alguns países em automóveis) também estava disponível — e era apreciada pela economia. O 505 era na época o único modelo de tração traseira da empresa. Com suspensão independente nas quatro rodas, era um carro muito estável e confiável em curvas de baixa ou de alta velocidade. Tinha alguma tendência de sair de traseira, mas não pregava sustos. Contava com bons pneus 175/80 R 14 H.

Mais interessantes eram as versões TI e STI. Tinham um motor mais moderno, produzido pela SFM (Société Française de Mécanique) na cidade de Douvrin e idêntico ao dos concorrentes Renault 20 TS e Citroën CX Reflex — um fato curioso, pois só esta última marca era associada à Peugeot. Também com quatro cilindros em linha, tinha bloco e cabeçote em alumínio, cilindrada de 1.995 cm³, comando de válvulas no cabeçote e injeção Bosch K-Jetronic. A potência era de 110 cv a 5.250 rpm e o torque de 17,4 m.kgf a 4.000 rpm, para velocidade máxima de 178 km/h. Acompanhavam-no uma caixa de cinco marchas e quatro freios a disco. A versão podia vir com teto solar elétrico, belas rodas de alumínio e pneus Michelin TRX.
Continua

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Data de publicação: 15/9/07

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