Robustez felina

Com uma elegância que escondia o temperamento valente,
o Peugeot 404 teve êxito em diferentes regiões do mundo

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Após a Segunda Guerra Mundial, a palavra de ordem para a indústria automobilística européia era se reerguer. Tinha de reagir e tornar a produzir. Tinha de gerar empregos e prover a população de veículos confiáveis. Retomar o crescimento. O período foi árduo para a população de toda a Europa. Entre 1937, antes do conflito, até o final em 1945 os costumes e a vida de todos os cidadãos do Velho Continente foram alterados.

A escassez começava. Todas as fábricas de automóveis passaram a produzir armamentos de diversos tipos, de um simples obus até tanques e componentes aeronáuticos. Com a francesa Peugeot Automobiles S.A. não foi diferente: em 1943 sua fábrica foi ocupada e depois bombardeada. Após o conflito, seus automóveis eram antiquados, simples continuações do que se produzia antes. Em 1948 era lançado o modelo 203, um projeto anterior à guerra.

As linhas arredondadas do modelo 403, típicas dos anos 50, já mostravam cansaço no fim da década: era o momento de renovar com o 404

Em 1955 entrava em cena o sedã 403, maior e mais moderno. Desenhado por Pininfarina, iniciava uma grande parceria. Fez sucesso, mas ao final da década já apresentava os sinais do tempo. Os primeiros protótipos de um sucessor começaram a rodar em 1957. Entre os maiores objetivos estavam a robustez à toda prova e a qualidade de fabricação. Em abril de 1960, dando inicio a uma década marcante, chegava ao mercado francês o Peugeot 404.

O automóvel de linhas convencionais tinha carroceria monobloco, três volumes e quatro portas. Com estilo equilibrado, sua traseira exibia um discreto rabo-de-peixe. Era uma tendência quase mundial, como mandava a moda das carrocerias na época. Visto de frente havia uma grade retangular com o escudo do leão, símbolo da empresa, ao centro e discretos frisos horizontais; dois faróis circulares e luzes direcionais retangulares. Além do pára-brisa envolvente, as janelas eram maiores que as do 403 e não havia mais quebra-vento nas dianteiras.

Embora lembrasse carros da Lancia, Fiat e Austin, o 404 era contemporâneo e elegante

O desenho do 404, conforme os franceses diziam na época, misturava o estilo italiano e o americano. Havia semelhança de linhas com o Lancia Flaminia de 1955, o Austin Cambridge de 1960 e o Fiat 1800/2100 de 1959. Um ar de família Pininfarina. Media 4,45 metros de comprimento, 1,62 de largura, 1,45 de altura e 2,65 de distância entre eixos e pesava 1.080 kg. Por dentro era elegante. O volante tinha dois raios e aro de buzina cromado. O painel horizontal, também com muitos cromados, era amplo e a enorme alavanca de freio de estacionamento saía debaixo do painel à esquerda. Continua

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Data de publicação: 3/3/07

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