O mais americano dos Fiats

A série 1800/2100/2300 demonstrou que os italianos
já podiam voltar a fazer carros de luxo e prestígio

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Quatorze anos após o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa encontrava-se recuperada em grande parte e desejava voltar a desfrutar de certos luxos. Diversos fabricantes apresentavam carros esporte e modelos sofisticados para aproveitar as tendências promissoras. Isso acontecia também com a Fiat, com o lançamento da linha 1800/2100 no Salão de Genebra de 1959, em sucessão aos modelos 1400 e 1900.

Os novos topos da oferta da Fabbrica Italiana di Automobili - Torino, fundada em 1899, eram seus primeiros modelos com motor de seis cilindros em linha desde o conflito. A gama compreendia um sedã quatro-portas e uma perua de cinco, a Familiare, ambos com entreeixos de 2,65 metros e comprimento de 4,64 m. O estilo mostrava evidente inspiração nos modelos americanos da época, com capô mais baixo que as laterais, pára-brisa envolvente e até discretos "rabos de peixe" na traseira. A mesma escola seria seguida pelo Peugeot 404, pouco menor, um ano depois.

Com estilo facilmente associado aos padrões dos EUA na época, o 1800/2100 marcou em 1959 o retorno da Fiat aos motores de seis cilindros em linha desde a Segunda Guerra

O interior espaçoso acomodava com certo conforto cinco pessoas, ou mesmo seis com menos liberdade. O painel tinha um grande velocímetro de escala horizontal e o volante, enorme, trazia o aro para acionar a buzina. Na perua, a quinta porta abria-se em duas partes, o vidro para cima e o restante para baixo.

Eram oferecidos dois motores da mesma família, com cilindrada de 1.795 e 2.054 cm³ e potência de 75 e 82 cv, ambos a 5.000 rpm. A velocidade máxima era de 135 e 143 km/h, na ordem. O restante da mecânica era igual nos dois: câmbio manual de quatro marchas, tração traseira, suspensão dianteira independente com barras de torção (também primazia na empresa desde a guerra), traseira com eixo rígido, freios a tambor. Os pneus eram 5,90-14 e 6,40-14, estes na perua. O sedã pesava 1.230 kg, e a Familiare, 1.265.

Um Fiat de mecânica tradicional: tração traseira com eixo rígido, freios a tambor
e os motores de 1,8 e 2,1 litros, a que se somariam mais tarde um 1,5 e um 2,3

No mesmo ano chegava a versão 2100 Speciale, que não se limitava a um acabamento superior: era mais longa, larga e alta, com 80 mm a mais entre eixos, além de mais imponente com seus quatro faróis. O departamento Carrozzerie Speciali da marca o havia equipado para fins nobres como o de servir a diplomatas e ao Vaticano, mas era vendido também ao público comum. A mecânica era a mesma do 2100 básico, exceto pelos pneus e relação de diferencial iguais aos da perua. Continua

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Data de publicação: 25/11/03

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