Mercedes 190 - 1983-1993 - Limited Edition Extra - por R.
M. Clarke, editora Brooklands Books. O principal livro sobre o
190 é a compilação de matérias por Clarke, extraídas de
publicações da época em que ele era produzido. São testes,
comparativos, dados técnicos e guias de compra em 140 páginas em inglês.
Estão cobertas todas as versões de fábrica e nem mesmo a preparada AMG de 3,2 litros foi esquecida. |
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Após as versões
iniciais de 2,0 litros a gasolina com e sem injeção, a Mercedes
ampliava a gama com o 190 D a diesel de mesma cilindrada |
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O
"baby Benz", como logo foi apelidado, era produzido na unidade de
Sindelfingen desde o início, mas um ano depois a fábrica de Bremen
complementava o processo cuidando de parte dos componentes, como portas,
capô e tanque de combustível. Motores, transmissões e eixos eram
enviados de Untertürkheim, e o sistema de direção, de Düsseldorf.
As duas primeiras versões da linha eram a 190 básica e a 190 E, letra
que indicava o uso de injeção eletrônica (Einspritzung, em alemão). O
motor de quatro cilindros e 2,0 litros, com
comando de válvulas no cabeçote, vinha do modelo 200 lançado em
1980. Desenvolvia potência de 90 cv e torque de 16,8 m.kgf com
carburador e 122 cv/18,2 m.kgf com injeção, esta suficiente para
velocidade máxima de 195 km/h. O câmbio, sempre manual, tinha apenas
quatro marchas no básico e cinco na versão E. De certa forma na
contramão das tendências, a Mercedes manteve-se fiel à tração traseira
no novo sedã, em vez de adotar o esquema tudo-à-frente como vários
fabricantes na época. A marca justificava-se por duas razões: uma, que a
tradicional concepção facilitava o uso de motores maiores, ao ampliar o
espaço disponível no cofre; e outra, que a separação de funções entre
rodas dianteiras (direção) e traseiras (tração) beneficiava o
comportamento dinâmico.
Comportamento que contava no 190 com uma inovação: a suspensão traseira
independente do tipo multibraço, composta de cinco braços de cada lado
para melhor posicionamento das rodas mesmo em situações críticas, como
uma curva de alta velocidade com carga máxima. Já a dianteira era
independente por braços sobrepostos (saiba
mais sobre suspensões). A Mercedes destacava ainda a redução de peso
obtida pelo emprego de aço de alta resistência
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o 190 básico acusava na balança 1.180 kg
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sem prejuízo da resistência em colisões. Também pela segurança havia
opção de freios com sistema antitravamento (ABS), bolsa inflável para o
motorista e pretensionador de ambos os cintos dianteiros. E mesmo os
freios traseiros eram a disco de série.
Pelas características e faixa de preço, o 190 competia diretamente com
as versões superiores dos também alemães
Audi 80 e BMW Série 3. Outras
marcas, sem o mesmo prestígio, ofereciam modelos maiores e mais
bem-equipados em sua faixa de valores, o que passava pelos compatriotas
Opel Rekord (mais tarde
substituído pelo Omega),
Ford Taunus (depois
Scorpio) e
Volkswagen Passat; os franceses
Citroën CX,
Peugeot 505 e Renault 20 (depois
25); os suecos
Saab 900 e
Volvo 240 e o japonês
Honda Accord. Anos mais tarde
estreavam os italianos Lancia
Thema e Alfa Romeo 164.
No fim de 1983 aparecia a versão 190 D, a diesel, com motor de quatro
cilindros, 2,0 litros e aspiração natural,
que rendia 72 cv e 12,6 m.kgf. Fabricante do primeiro carro de produção
movido a esse combustível, o 260 D de
1936, a Mercedes sempre se notabilizou por tais motores, cuja robustez e
economia fizeram da marca uma predileta por taxistas dos quatro cantos
do mundo. No caso do 190, a eficiente absorção de ruídos por um sistema
de "envelopamento" resultava em funcionamento bem mais silencioso que o
habitual na época.
Continua
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