O sucesso que veio da Suécia

Com o estilo típico da marca e bons dotes mecânicos,
o 900 foi o modelo mais longevo e mais vendido da Saab

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Produzir automóveis não estava nos planos da Saab, a Svenska Aeroplan Aktiebolaget ou Companhia Aeronáutica Sueca, ao ser fundada em 1937. Seu propósito era construir aviões, uma atividade que lhe seria benéfica pouco depois, com o advento da Segunda Guerra Mundial. Pouco antes de encerrado o conflito, porém, a empresa partia para o ramo de veículos terrestres.

Começava ali uma trajetória peculiar: com seu estilo único e soluções técnicas originais, os carros da Saab seriam um exemplo perfeito do tipo "ame ou odeie". E muitos os amaram, a começar em 1949 pelo modelo 92, passando nas décadas seguintes pelos 93, 95, 96, 98, 99 e Sonett, entre outros. O padrão de denominação com dois algarismos dos sedãs, não seguido por este último — um cupê esporte —, mudaria depois de 30 anos com a chegada do 900.

O 900 ao nascer, em 1979: linhas discretas, três ou cinco portas e soluções inovadoras, como o filtro do ar admitido para o interior

Sucessor do sedã 99 lançado 10 anos antes, o novo Saab não revolucionava em estilo: era um sedã de dois volumes, com três ou cinco portas, linhas retas e um pára-brisa envolvente e próximo da vertical, que chama a atenção em seu desenho até que aerodinâmico (Cx 0,41, bom para a época). Embora aproveitasse cerca de metade dos componentes do antecessor, era nada menos que 32 centímetros mais longo (4,74 metros) e tinha maior distância entre eixos (2,51 m, ainda um tanto curta para seu tamanho). Pesava 1.215 kg na versão básica.

O interior era espaçoso para quatro adultos, com a ajuda de bancos elevados, que levam os ocupantes a uma posição mais ereta. No painel, os comandos estavam próximos às mãos, com destaque para o sistema de áudio em posição de topo. A Saab considera o posto do motorista um ambiente de trabalho e, como tal, sempre priorizou o acesso aos controles. Isso explica a colocação do miolo de ignição e partida no console, uma particularidade da marca: a idéia era tê-lo junto de outros comandos usados na saída com o carro, o freio de estacionamento e o câmbio.

Por dentro, cuidados para o fácil acesso do motorista aos comandos e o peculiar miolo de ignição no console. A versão Turbo incluía bancos e decoração esportivos

Àquele momento a Saab já acumulava um histórico respeitável de primazias, como o desenho aerodinâmico ainda na década de 1940, o duplo circuito de freios em diagonal (1964) e os lavadores e limpadores de farol (início dos anos 70), estes mais tarde exigidos pela legislação sueca. Com o 900 vinha mais um: um filtro de poeira e pólen, aplicado aos carros sem ar-condicionado, para que o interior estivesse livre desses potenciais causadores de alergias. Continua

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Data de publicação: 16/4/05

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