

O convencional Corvette Rondine
1963 e o ousado Ferrari Modulo 1968


Echos, projeto de urbano
elétrico, e Cadillac Allanté, caro de fabricar



O ecológico Ethos 3 de 1994, o
Ferrari Rossa e o Citroën Osée de 2001 |
Sergio, por sua vez, graduou-se em Engenharia Mecânica em 1950, quando
ingressou na empresa da família, e assumiu cargos de gerência e
diretoria de 1960 em diante. Durante o meio século em que esteve na
Pininfarina, a empresa ampliou o número de funcionários mais de cinco
vezes e a produção anual mais de 100 vezes — de 524 para mais de 53 mil
unidades. Em 1964 inaugurou novos estúdios e centros de pesquisa e, em
1972, um túnel de vento para testes de aerodinâmica em escala real, o
primeiro na Itália.
Ainda nos anos 60, saíram de seus estúdios projetos para fabricação em
série como os conversíveis Alfa
Romeo Spider "Duetto" e Fiat 124
Sport Spider (ambos de 1966), os Ferraris
330 GTC (1966) e 365 GTB/4
"Daytona" (1968) e o Peugeot 504
em versões cupê e conversível (1969). Mas também carros-conceito como o
Chevrolet Corvette Rondine, o Sigma e o
Ferrari 250 GT Berlinetta Speciale (todos de 1963), o
Ferrari Dino 206 (1967), os
Ferraris P5 e P6 e o BLMC 1100 (1968), que inspirou o
Citroën GS.
A colaboração com a Ferrari estreitou-se nas décadas de 1970 e 1980, em
que cada vez mais modelos de Maranello ganharam a assinatura Pininfarina.
Foi o caso do Berlinetta Boxer de
1971, do 288 GTO de 1984, do
Testarossa de 1985
(fabricado por Pininfarina, assim como o sucessor 512 TR), o
F40 de 1987 e o
348 TB/TS de 1989. Outras marcas
que se beneficiaram de suas criações na época foram Lancia, com o
Beta Montecarlo;
Peugeot, com 405 e 106; e Alfa, com o
164. Modelos como Alfa
Spider, Lancia Thema Station Wagon e
Peugeot 205 Cabriolet tinham as carrocerias feitas na empresa de
Turim, o que também ocorreu com o Cadillac
Allanté — um caro e inviável roadster que viajava entre os EUA e a
Itália, ida e volta, até ficar pronto.
Entre os conceitos, destaque para o Ferrari Modulo de linhas muito
ousadas e motor V12 (1970), o Echos de 1978 (carro urbano com propulsão
elétrica em parceria com a Fiat), o Audi Quartz de 1981, o esportivo
Pininfarina Coupé com mecânica Fiat Ritmo Abarth (1983), o cupê de motor
V6 central Honda HP-X (1984), o Peugeot Griffe 4 de 1985, o Alfa Romeo
Vivace Coupé e Spider de 1986, o cupê Lancia Hit com chassi de fibra de
carbono (1988) e o roadster Ferrari Mythos (1989). Em 1982 a empresa
mudava sua razão social para Pininfarina Studi e Ricerche S.p.A. Um ano
depois, passava a trabalhar nela Andrea Pininfarina, filho de Sergio
nascido em 1957 e engenheiro mecânico pela Politécnica de Turim. Novas
instalações eram abertas em 1986 em San Giorgio Canavese; em 1991
estabelecia-se uma subsidiária na Alemanha.
Nos anos 90, mais carrocerias de Ferraris saíram da fábrica da
Pininfarina (512 TR e 456 GT) ou foram concebidas em seus estúdios
(F355, F550 Maranello, 360 Modena e o
exclusivo F50). Para a Peugeot
ela desenhou os 406 sedã e cupê e fez as carrocerias do 306 Cabriolet;
para a Alfa criou Spider e GTV. Também construiu as carrocerias do Fiat
Coupé e do Mitsubishi Pajero Pinin (Pajero iO no Brasil) e a capota do
conversível Bentley Azure. Curiosamente, apesar de ter o painel
desenhado e assinado por Pininfarina, o Coupé da Fiat era obra de Chris
Bangle, que mais tarde causaria polêmica na BMW.
No setor de conceitos, a década trouxe o CNR E2 de 1990, o Ethos e o GM
Chrono (com base no Lotus Omega)
de 1991, o Fiat Cinquecento pickup de 1992, a série Ethos 2/3/3 EV
(1993, 1994 e 1995, na ordem), o roadster Honda Argento Vivo de 1995, os
Fiats Sing e Song (com base no Bravo e no Brava) e o CNR Eta Beta (com
foco nos materiais recicláveis) em 1996, o sedã de luxo Peugeot Nautilus
de 1997, o conversível Alfa Romeo Dardo de 1998, o Fiat Wish (derivado
do Punto) e o compacto Metrocubo de 1999.
Finalmente, nos anos 2000 a Pininfarina assinou desenhos como os dos
Ferraris F430, 599 GTB Fiorano, 612 Scaglietti, Enzo e o recente
Califórnia; o sedã Maserati Quattroporte e o cupê GranTurismo; o
monovolume Peugeot 1007 e o conversível Ford StreetKa. De sua linha
saíram as carrocerias de Alfa Brera e Spider, Ford Focus Coupé Cabriolet,
Mitsubishi Colt conversível e Volvo C70 — este feito em nova fábrica em
Uddevalla, Suécia. Os salões mostraram conceitos como o roadster Ferrari
Rossa com motor V12 de F575 (2000), o cupê de três lugares Citroën Osée,
o esportivo de teto targa Ford Start (ambos de 2001), o roadster Enjoy
com motor Lotus (2003), o urbano Nido (2004), o
Maserati Birdcage que celebrou
os 75 anos da Pininfarina (2005) e o recente Sintesi (2008). E um
Ferrari muito especial, o P4/5, foi feito em exemplar único para o
norte-americano James Glickenhaus em 2006.
Como o pai, Sergio recebeu títulos de valor como o de Cavaliere del
Lavoro, o de Officier na Légion d’Honneur francesa e o Designer Lifetime
Achievement Award em Detroit. Tornou-se chairman honorário da empresa em
2006, quando passou o principal cargo de direção da empresa a Andrea.
Este, contudo, sofreria um acidente fatal em agosto de 2008, sendo
substituído pelo irmão Paolo. Em 3 de julho de 2012 Sergio falecia aos
85 anos.
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