O número sagrado do leão

Das versões mais econômicas às esportivas e conversíveis,
o pequeno Peugeot 205 cumpriu seu objetivo de fazer sucesso

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Em meados da década de 1970, a francesa Peugeot tinha bons produtos para o mercado da Europa, seu primeiro em vendas, e também para a África e as Américas. A gama começava com moderno 104, modelo pequeno de 3,58 metros de comprimento e carroceria de três ou cinco portas. Logo após vinha o 204, já envelhecido, que tinha versões cupê, conversível, sedã quatro-portas, perua e furgão. Acima o 304, pouco maior, só nas versões quatro-portas e perua. Já envelhecido também era o 504, com uma linha completa. Recém-chegado, em 1975, era o topo de linha 604.

Todos tinham fama de robustos e confiáveis. Porém, faltava à marca um produto mais moderno que entrasse em uma classe que crescia muito na Europa: automóveis pequenos, com ampla gama de motores e tamanho entre 3,8 e quatro metros de comprimento. Nessa época, no velho continente, o Golf da Volkswagen alemã, lançado em 1974, era uma coqueluche, acompanhado do Polo (de 1975), pouco menor. Na mesma faixa concorriam o italiano Fiat 127 e os germânicos Ford Escort e Opel Kadett.

Un sacré numero: a marca francesa chamou atenção para seu lançamento que, embora um pouco mais compacto, buscava um espaço no segmento do Golf

Financeiramente a empresa de Sochaux não estava muito equilibrada. Havia comprado, em 1976, 90% do capital da Citroën, que também precisava ser renovada. No ano seguinte, assumia as filiais da Chrysler Corporation Europa. Em 1979, os produtos desta passavam a se chamar Talbot, resgatando o nome de uma marca antiga de carros franceses e ingleses.

Em 1981 as fotos de um protótipo eram divulgadas nas revistas especializadas. A imprensa o chamou de 105, denominação que acabaria não sendo usada jamais pela marca. Tratava-se do projeto M24 iniciado em 1977. Seu objetivo claro era combater diretamente o Golf, mas o Fiat Uno, ainda em projeto, também estava na mira. As vendas do 104 andavam tímidas e, primeiramente, a intenção dos dirigentes era encerrar sua produção.

As linhas modernas estavam bem integradas à família Peugeot; com um formato favorável ao aproveitamento de espaço, o 205 era confortável e oferecia ampla visibilidade

O centro de estilo da Peugeot em Garenne, cidade perto de Paris, fazia seus esboços paralelamente ao estúdio Pininfarina, em Turim, Itália. A colaboração entre as empresas havia começado em 1952, no projeto do modelo 403. Em 1977 os italianos haviam apresentado um modelo que os dirigentes acharam antiquado. E o pessoal do estúdio francês exibiu outro, que fugia um pouco do estilo da casa, razão pela qual o alto escalão também o vetou. Continua

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Data de publicação: 30/4/05

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