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Inovações em pacote compacto

Suspensão hidropneumática, boa aerodinâmica e
até motor rotativo fizeram do GS um legítimo Citroën

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A fabrica francesa de automóveis Citroën sempre é lembrada pelo arrojo, tanto na parte mecânica quanto no desenho de suas carrocerias. Nunca se acomodou e sempre tratou de ignorar modas e continuísmos. Novas soluções sempre estiveram na pauta.

O famoso modelo DS vendia bem no final da década de 60, mas a empresa estava interessada em entrar no mercado dos carros médios, que era uma disputa muito atraente na Europa. Competiria na categoria entre 1,0 e 1,5 litro, mas fugindo da banalidade. Inspirado no protótipo do estúdio italiano Pininfarina para o Austin 1100 inglês, exibido em 1968, o Citroën GS era apresentado no Salão de Paris de 1970. Apesar desta inspiração, não negava parentesco com o DS e descendência da marca francesa.

O estudo de estilo de Pininfarina para o Austin 1100, apresentado em 1968: muita semelhança com o GS para ser mera coincidência

Tinha linhas muito fluidas e uma área envidraçada incomum pela presença de três janelas laterais. Era moderno e original: grade e faróis em formato trapezoidal, capô em cunha, dois volumes, cinco portas. Pesava 895 kg e media 4,12 metros de comprimento, o porte do atual Xsara.

O motor básico, de alumínio, era um quatro-cilindros horizontais opostos refrigerado a ar, tal como num Volkswagen, mas com comando de válvulas no cabeçote. A motorização era derivada da linha 2CV/Ami. Sua cilindrada era de 1.015 cm3 e a potência de 56 cv, alimentado por um carburador de corpo duplo e com taxa de compressão de 9:1. Como tradição da marca desde o Traction dos anos 30, tinha tração dianteira.

O GS: motor de quatro cilindros opostos, suspensão hidropneumática, tração dianteira, quatro freios a disco. A Citroën mais uma vez fugia do convencional

O GS não era nenhum exemplo de desempenho, com velocidade máxima de 148 km/h apenas razoável para a categoria. Mas o grupo propulsor garantia facilidade de manutenção e, pela disposição dos cilindros, baixava o centro de gravidade, em benefício da estabilidade. Dos conceitos herdados do irmão maior DS, sua suspensão hidropneumática trazia conforto acima da média da categoria e ótima estabilidade. Permitia três níveis de altura e compensação caso houvesse mais peso no bom compartimento de bagagens ou no habitáculo dos passageiros.

Os pneus eram grandes, 145-15 -- Michelin, naturalmente --, e o estepe vinha sobre parte do motor, à esquerda. Por dentro, o painel tinha várias luzes-piloto, inclusive uma que indicava o desgaste das pastilhas dos quatro freios a disco (os dianteiros com montagem interna, inboard), conta-giros (versão Club) e o conhecido volante de um raio apenas. A alavanca do freio de estacionamento era horizontal e ficava no painel.

Um carro singular também por dentro: o volante tinha um só raio e o velocímetro ficava quase todo oculto, visível apenas em parte pelo visor central (amarelo)

Em 1971 vinha as versões Break (perua) de três portas, envidraçada ou fechada, esta destinada ao uso comercial, e de cinco portas, mais familiar. Surgia também um motor mais forte, com 1.220 cm3 e 60 cv. Dispunha do mesmo câmbio manual de quatro marchas e de um automático que permitia mudanças manuais, espécie de precursor do Tiptronic. Sua velocidade máxima subia para 155 km/h e de 0 a 100 km/h levava 15 s. Mas o modelo merecia uma motorização mais forte, digna de sua estrutura e aerodinâmica. Continua

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Data de publicação deste artigo: 20/8/02

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