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Em 1973 a Citroën apresentava no Salão de Frankfurt, na Alemanha, o GS Birotor, ou seja, dotado de um motor rotativo Wankel (saiba mais) com dois rotores. A história começara 10 anos antes, em 1963, quando a NSU alemã apresentou o Spider, primeiro carro com motor rotativo. No ano seguinte, esta e a Citroën haviam constituído a empresa Comobil, com sede em Genebra, na Suíça. O objetivo era pesquisar o motor revolucionário.

O GS Birotor: motor Wankel de pistões triangulares rotativos (à direita)

Em 1967 a NSU apresentava o modelo Ro80, de dois rotores, e criava com a empresa francesa uma nova sociedade, com sede em Luxemburgo, chamada Comotor. Em 1970 era exibido o protótipo M35 da Citroën, baseado no modelo Ami, só que um cupê fastback. De estética nada agradável, foram fabricadas 277 unidades e entregues a clientes selecionados, que juntos percorreram mais de 30 milhões de quilômetros. O objetivo era testar componentes, mas jamais passou pela direção da empresa fabricá-lo. 

No GS, lançado no mercado em março de 1974, o motor Wankel transversal, refrigerado a água, dispunha de dois rotores cada um de 497,5 cm3, em um total de 995 cm3. Era equivalente a um 2,0-litros convencional e tinha um carburador Solex para cada rotor, para desenvolver 107 cv a 6.500 rpm. A velocidade máxima era de 175 km/h e chegava aos 100 em 13,5 s.

O Birotor fez pouco sucesso e logo saiu de produção, mas as versões normais do GS (este é de 1975) permaneceram bem-sucedidas e ficaram no mercado europeu até 1985

Essa versão utilizava pneus 165-14 e transmissão manual-automática C-matic de três marchas. Por dentro era mais luxuosa e bem equipada. Os freios dianteiros usavam discos ventilados, mas a já testada e eficaz suspensão hidropneumática não era alterada. Por fora os pára-lamas eram ligeiramente mais largos e o capô tinha novo desenho.

Para a categoria e preço, o desempenho desse GS estava acima da média. Tinha ótimas qualidades na estrada. O mesmo não se podia dizer do consumo: entre 5 e 8 km/l, apetite assustador para um carro deste porte em plena crise do petróleo. Além disso, o motor não estava ainda muito ajustado e sofria problemas prematuros. Para piorar, era poluidor.

A curiosa tampa do porta-malas do GS e da Break, levando junto parte do pára-choque

Somente 874 unidades do GS Birotor foram produzidas até 1975. Sobravam carros no pátio. Por causa do alto consumo, a limitação da velocidade nas estradas e os altos investimentos que seriam necessários para sanar as deficiências do motor, a produção foi logo interrompida. A fábrica não se interessava pela manutenção e recomprou a maior parte para destruí-los, mas cerca de 230 foram salvos e são orgulho de colecionadores hoje.

A produção da linha GS continuava, com melhorias de potência no motor convencional e pequenos detalhes de modernização na carroceria. Na França competia na faixa do Peugeot 305 e Renault 9; no resto da Europa, com Opel Kadett, VW Golf, Fiat 131 e Ford Escort. Em 1980, renomeado GSA, sua produção já havia passado de duas milhões de unidades. Três anos depois, os clientes podiam optar por várias versões, como a esportiva GS X, que tinha poucos cromados, e a mais luxuosa Pallas.

Nos anos 80 era chamado GSA e usava pára-choques plásticos, mantendo o estilo próprio. Suas linhas inspiraram o CX de 1975

No mesmo ano era lançado o BX. O GS/GSA terminava sua carreira marcante em 1985, permanecendo em linha apenas em países como Eslovênia e Indonésia. Serviu de inspiração para as linhas do CX. Uma pena que o motor Wankel não tenha sido desenvolvido, como fez a japonesa Mazda. Com a aptidão da Citroën para inovar e persistir em idéias que muitos consideram inviáveis, poderia estar até hoje sob o capô de seus aerodinâmicos e avançados automóveis.

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