Sua relação custo-benefício o tornava muito atraente diante dos concorrentes, que em 1966 eram o sueco Saab 96 Monte Carlo, o italiano Fiat Abarth 1000 OT, o alemão NSU Prinz 1000 TT e o francês Renault 8 Gordini. Outra opção que fez adeptos era a caixa automática de quatro marchas, inserida em outubro de 1965. Não funcionava bem com o motor mais modesto, mas com o de 988 cm³ se mostrava melhor. Na carroceria vinha a inscrição Mini Matic.

Grade em trapézio invertido, novas lanternas, vidro traseiro maior e motor de 998 cm3 na versão básica: as mudanças no Mini Mk II, a segunda série lançada em 1967

Evoluções   Depois de quase 1,2 milhão de unidades, o Mini recebia mudanças de estilo em outubro de 1967: vidro traseiro maior, lanternas retangulares em posição vertical, grade com linhas retas e forma de trapézio invertido. A chamada Mark II, ou segunda série, contava com motor de 998 cm³ e 37 cv. Dois anos depois o grupo BMC se fundia ao Leyland, formando a British Leyland Corporation. Desta fusão viriam, em novembro de 1969, alterações que não agradariam a todos.

Com o encerramento da produção em Cowley, deixava de existir a opção entre Austin e Morris: o carro passava a se chamar apenas Mini 850 ou 1000. As portas perdiam as dobradiças aparentes e seus vidros agora eram descendentes. Lançada depois de 429 mil unidades da Mark II, essa série era chamada de Mark III. A versão 1275 GT tinha motor de 67 cv com um só carburador, faixas pretas nas laterais, rodas de alumínio, pneus radiais 145 SR 10 e conta-giros. Também aparecia uma versão que foi mal amada: a Clubman, com frente modernizada, grade retangular e faróis integrados. A nova perua Clubman Countryman recebia faixas plásticas laterais imitando madeira.

Portas com dobradiças ocultas e vidros descendentes eram melhorias do Mark III, que acabava com as versões Austin e Morris e introduzia o 1275 GT

A suspensão Hydrolastic era abandonada em favor do sistema original de elementos elásticos, preferido por muitos. O Cooper S deixava de ser produzido em 1972, numa tentativa do grupo de aumentar as vendas do 1275 GT. A lista de concorrentes das versões tradicionais era grande: os alemães Ford Escort L, Volkswagen 1200 L e Opel Kadett de Luxe; os franceses Citroën 2CV, Simca 1000 LS, Renault 4 Export e Renault 5 L; os italianos Autobianchi A112, Fiat 126 e 127; e o holandês Daf 44 Luxe. À exceção do 2CV e do Daf, todos os outros eram de quatro cilindros. O Citroën, o VW e o Mini tinham o projeto mais antigo. Continua

Nos ralis
Nas primeiras tentativas de rali o Mini não foi bem-sucedido. Era apoiado pelo departamento de competições da fábrica, em Abington, mas não entusiasmava muito os pilotos. Marcus Chambers, o primeiro a pilotá-lo num rali (o dos Vikings, em 1959), não teve êxito. Ainda nesse ano Pat Moss, irmã do grande Stirling Moss, ganhou em sua classe na Mille Miglia italiana.

Quando o modelo Cooper entrou em cena, o destino começou a favorecer os resultados, tanto em provas nacionais quanto em européias.
Em 1962, Pat Moos e Ann Wisdom ganharam a Copa das Damas. Nesse ano o Mini também ganhou o Rali das Tulipas na Holanda, o da Alemanha e o de Soderström, na Suécia. No ano seguinte, o grande Rauno Aaltonen chegava em 2º no Rali de Monte Carlo atrás de um Saab 96, que era um carro já vitorioso em ralis. O piloto finlandês ainda tirou o 2º lugar na Copa dos Alpes e 3º nos Rali dos Mil Lagos.

Em 1964, mais glórias: Paddy Hopkirk ganhava o Rali de Monte Carlo e o Rali dos Mil Lagos; Aaltonen vencia em Genebra (Suíça), na Tchecoslováquia, na Polônia, em Munique (Alemanha) e no famoso RAC, prova do Royal Automobile Club inglês — e se tornava campeão europeu. O Mini vermelho com teto branco e cheio de faróis auxiliares figurou em toda a imprensa esportiva da Europa.

Em 1965 o finlandês Timo Mäkinen vencia em Monte Carlo. O feito se repetiria no ano seguinte, mas o Mini foi desclassificado por irregularidade nos faróis.

O fato ficou engasgado no competidor, pois a equipe estava muito preparada e contava com 12 tipos de pneus com desenhos diferentes. No mesmo ano ganharam outros seis ralis na Europa. A revanche veio em 1967, graças ao finlandês Aaltonen, com um Mini com motor de 1,3 litro e 90 cv a 7.000 rpm. No ano seguinte chegaria em 2º lugar em terras monegascas nas mãos de Mike Wood.

A polêmica em torno da desclassificação de 1966 foi tamanha, que se pode argumentar que o Mini ganhou mais projeção ao ser excluído do que se recebesse o troféu pela vitória. Mas, se não fosse desclassificado, ele seria o único modelo na história do rali a chegar a seu pódio por seis anos consecutivos, de 1963 a 1968.

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