As origens de nosso Fiat

Base para o 147 brasileiro, o 127 teve mais opções de motor
e carroceria e foi o maior sucesso da marca antes do Uno

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

O carro que deu origem a nosso Fiat 147 foi o maior sucesso de vendas da história da marca, na Itália, até a chegada do Uno. No início da década de 1970 o pequeno modelo 850, lançado em 1964, já acusava o peso da idade. A estréia do motor transversal e da tração dianteira na marca, com o 128 de 1969, indicava os caminhos para seu sucessor. O modelo A112 inserido em 1967 pela Autobianchi, empresa do mesmo grupo, havia servido de certo modo como laboratório para as novas soluções técnicas.

Em abril de 1971 era lançado o Fiat 127. O carrinho de dois volumes e linhas retas estava bem de acordo com as tendências da época, que apontavam para essa configuração como a mais eficiente em aproveitamento de espaço. Media 3,59 metros de comprimento, 1,53 m de largura, 1,37 m de altura e 2,3 m de distância entre eixos; pesava de 705 a 720 kg. A única versão disponível tinha duas portas (a tampa do compartimento de bagagem, pequena, não levava junto o vidro) e acabamento simples. Logo no ano seguinte era eleito Carro do Ano por jornalistas europeus.

A primeira frente do 127, de 1971, era pouco diferente da usada no 147 nacional; o carro também tinha um motor menor e mais antigo, de 903 cm3 e comando no bloco

O motor de quatro cilindros não era o mesmo que equiparia nosso 147, mas sim uma antiga unidade de 903 cm³ de cilindrada, já usada no 850. Com comando de válvulas no bloco, virabrequim apoiado em apenas três mancais e carburador de corpo único, desenvolvia potência de 47 cv e torque de 6,5 m.kgf. Não era muito, mas o bastante para velocidade máxima de 140 km/h e acelerações razoavelmente ágeis com o câmbio de quatro marchas. Seu destaque era a economia de combustível, argumento que ganharia importância dois anos depois, com a primeira crise do petróleo.

Antes disso, porém, o 127 começava a evoluir e a ganhar variações. Em 1972 chegava a versão L de três portas, em que o vidro subia junto da tampa do compartimento de bagagem, para um vão de acesso bem mais amplo. No ano seguinte o acabamento ganhava um pouco de requinte com o 127 Deluxe, que durou pouco: já em 1974 dava lugar ao Special. Dois anos mais tarde, o motor perdia potência (45 cv) para reduzir as emissões poluentes e surgia a versão Bella, igual por fora à Special, mas com interior mais simples.

A primeira versão era de duas portas, seguida um ano depois pela de três, em que o vidro traseiro subia junto da tampa; notem-se a janela lateral com a base arredondada e as lanternas de perfil baixo, não vistas aqui

A essa época a concorrência já contava com novos produtos, como os franceses Renault 5 e Peugeot 104 e os alemães Volkswagen Polo e Opel Kadett City (similar ao Chevette hatch nacional). O Ford Fiesta viria mais tarde, em 1976. O Fiat concorria também o veterano Volkswagen (nosso Fusca), os franceses Simca 1000 e Citroën 2CV, o inglês Mini 1000, o holandês DAF 44 e, dentro de casa, com o Autobianchi A112. Mesmo diante de tantos adversários, os atributos garantiam o sucesso do 127, que em 1975 foi o carro mais vendido da Europa. Continua

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Data de publicação: 30/5/06

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