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Carros do Passado

Um pequeno de grande sucesso

O bem-sucedido Renault 4 atendeu a aplicações as
mais variadas na França e em outros mercados

Texto: Francis Castaings - Edição: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

No final dos anos 50, os carros populares que faziam sucesso na França eram o Citroën 2CV e o Renault 4CV. Este, conhecido no Brasil como "Rabo Quente" devido à posição do motor na traseira (o Volkswagen ainda não havia chegado aqui), já sentia o peso dos anos, já que seu lançamento datava de agosto de 1947.

A Renault era estatal desde janeiro de 1945, por ato do General Charles de Gaulle, a empresa passando a se chamar Régie Nationale des Usines Renault (sua privatização só ocorreria em 1996). Seu presidente, Pierre Dreyfus, em 1956 reunia sua melhor equipe de técnicos e engenheiros para um novo projeto.

O antecessor 4CV, aqui conhecido como "Rabo Quente", fora lançado em 1947 e já pedia aposentadoria, mas seu motor foi aproveitado no R4 em posição dianteira

Foi chamado de 350, pois o preço do carro não poderia passar de 350.000 francos (US$ 1.000 da época, US$ 6.700 hoje). Queria um automóvel simples, moderno, barato e funcional, capaz de atender a todas as classes sociais em todas as regiões. Eficaz em estradas asfaltadas e no campo. Polivalente.

Os primeiros protótipos começaram a rodar em testes na França, no norte da África e também nos Estados Unidos, no estado de Minnesota. Nestas duas regiões experimentaram temperaturas opostas e muito rigorosas. Percorreram ao todo 2.900.000 quilômetros em testes severos. O objetivo do novo veículo era combater o pequeno Citroën no território natal e, no restante da Europa, o Volkswagen, o Fiat 600 e o Mini inglês.

Um dos primeiros protótipos do novo Renault: saída de ar no lugar da terceira janela, grande altura, rodas pequenas

Estava definido que o novo Renault teria por volta de 600 cm3 e de 20 cv de potência. Vários motores foram testados e, por fim, foi decidido que herdaria boa parte da mecânica do 4CV, mas sua tração seria dianteira -- o primeiro Renault com esta configuração. Em julho de 1961 o último 4CV deixava a linha de Billancourt, sede principal da fábrica, encravada numa ilha na região parisiense. Foram produzidas 1.105.543 unidades. Continua

Especiais e acessórios
As versões especiais construídas por produtores independentes logo começaram a aparecer. Alguns foram bem sucedidos.

A primeira foi feita pela Simpar: um R4 com tração integral. Um dos melhores clientes foram as forças armadas. Também fez uma versão civil, com capota de lona removível, tornando-se, quando o tempo estava bom, um conversível. Não tinha portas e era muito descontraído.
Fez muito sucesso no litoral da Costa Azul francesa e também em campos de golfe.

Outros elevavam a altura do solo, colocavam barras anti-capotagem, pneus mais largos, pinturas e grades esportivas, frisos laterais e bancos especiais. Não faltaram fabricantes de faróis de neblina, rodas de alumínio, minivolantes, protetores de grades e pára-choques, spoiler. Também capô preto-fosco e pinturas psicodélicas, de gosto duvidoso.

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Data de publicação: 22/2/03

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