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O irmão mais forte do Dauphine

O R8 vendeu bem em várias versões, mas a arisca
Gordini marcou época pela direção divertida

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Para substituir o famoso Dauphine (leia história), que fez sucesso em toda a Europa, no Brasil e até nos Estados Unidos, a Régie Renault, situada em Billancourt, na região parisiense, preparava um novo modelo. Em 1960 e 1961 os testes eram feitos no norte dos EUA, por causa do frio intenso, na Guiné, África, por causa do calor tórrido e da poeira, e também nas estradas precárias da Sardenha. Em 1962, no Salão de Paris, o Renault 8 -- ou R8, como era carinhosamente chamado -- veio ao conhecimento do público.

O sucessor do Dauphine, lançado em 1962: motor e tração traseiros, linhas simples e agradáveis, com o característico rebaixo no capô dianteiro

O três-volumes tinha linhas retas, quatro portas, boa área envidraçada, motor e tração traseiros. Atrás, sob o capô, havia aletas para refrigeração. Na frente, um par de faróis redondos ficava acima de pequenas luzes de direção. O capô dianteiro tinha um rebaixamento ao centro, tornando o pequeno Renault reconhecível em qualquer parte. Media 3,99 metros de comprimento.

Seus concorrentes no velho continente eram o Citroën Ami, o Opel Kadett, o Simca 1000, o Fiat 850 e nosso conhecido Volkswagen 1300. Os três últimos tinham a mesma configuração: motor e tração posteriores. O motor de quatro cilindros em linha refrigerado a água, de 956 cm3, trazia cabeçote de alumínio e potência de 48 cv a 5.200 rpm. Era alimentado por um carburador Solex simples e a velocidade chegava a 130 km/h. O câmbio podia ser de três ou quatro marchas, sendo a primeira não-sincronizada.

À esquerda, desenho do R8 ainda em projeto.
Acima a versão de luxo Major 1100, de 1964

Por dentro era confortável para quatro passageiros, apesar de permitir mais um. O painel muito simples trazia os instrumentos fundamentais: velocímetro, hodômetro e lâmpadas-piloto para o nível do tanque e outras funções. O volante de dois raios trazia o símbolo da marca -- o losango -- cromado ao centro.

Em 1963 era lançada a versão com caixa automática, visando principalmente aos mercados da América do Norte, mas o R8 não foi tão bem sucedido quanto seu antecessor. O destino principal era os EUA, mas as exportações do maior fabricante francês para lá estavam em forte decadência.

No ano seguinte chegava a versão Major, mais completa, luxuosa e potente. O motor passava a 1.108 cm3 e 50 cv; a máxima agora era de 135 km/h. Por dentro tinha bancos reclináveis com forração mais sofisticada, tampa para o porta-luvas e painel com melhor acabamento. Frisos laterais cromados e calotas completavam as novidades.

A versão apimentada por Amédée Gordini foi inesquecível para muitos pilotos franceses. Com motor de 90 cv e dois carburadores, era facilmente reconhecida pela cor azul e as faixas brancas em toda a parte superior da carroceria

Sua mais famosa versão, que deixou saudades em toda uma geração, foi a Gordini, também lançada em 1964. Vendida na famosa cor "azul França", com duas faixas brancas cobrindo toda a parte de cima à esquerda, fez logo muito sucesso. O motor Gordini tinha 1.108 cm3, câmaras de combustão hemisféricas, 90 cv (ótima potência específica para a época, 81 cv/l) e torque máximo de 10,7 m.kgf a altos 5.000 rpm. Era alimentado por dois carburadores duplos Weber. Continua

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