
O modelo Lang, com seu
entre-eixos 65 cm maior, podia levar até oito pessoas e foi bastante
apreciado por empresas, taxistas e embaixadas


Importante avanço da série era a
suspensão traseira, que trocava os superados semieixos oscilantes por
modernos braços semiarrastados |
A
linha inicial era composta por seis versões. O código W114 compreendia
as de seis cilindros em linha: 230, com motor M180 de 2,3 litros,
potência de 120 cv e torque de 18,2 m.kgf, e 250, com a unidade M114 de
2,5 litros, 130 cv e 20,4 m.kgf. Ambos usavam
comando de válvulas no cabeçote e alimentação com dois carburadores.
Sob o código W115 estavam as versões de quatro cilindros em linha: a
200, com motor M115 a gasolina de 2,0 litros, 95 cv e 15,9 m.kgf; e a
200 D, com a unidade a diesel OM615 de mesma cilindrada, 55 cv e 11,5
m.kgf. Esse combustível alimentava automóveis Mercedes desde o pioneiro
260 D de 1936.
As últimas opções, também de código W115, eram o 200 D Lang e o 230
Lang, ou longo, com distância entre eixos 65 centímetros maior e os
mesmos motores. Fizeram sucesso como táxis e carros de hotéis, agências de
turismo, embaixadas e grandes empresas, pois podiam levar com conforto
até oito pessoas. Toda a linha usava caixa de câmbio manual, com quatro
marchas nos carros de quatro cilindros e opção de cinco marchas nos de
seis, e algumas versões podiam contar com caixa automática de quatro
velocidades. Conforme a tradição da marca, a tração era traseira.
Em meio à tradição, havia inovações técnicas: pela primeira vez a
suspensão traseira independente adotava o conceito de braços
semiarrastados, para comportamento dinâmico bem superior ao obtido com
os antigos semieixos oscilantes (estes, ao causar grande variação de
cambagem durante o curso da suspensão,
podem levar ao sobresterço repentino em
curvas rápidas). O novo padrão de suspensão chegaria só quatro anos mais
tarde ao Classe S, com a geração W116, e seria uma regra nos Mercedes
até que a evolução resultasse no conceito multibraço, já nos anos 80.
Os novos sedãs enfrentavam uma variada concorrência composta pelos
compatriotas BMW 2000 (antecessor do
Série 5) e Opel Kapitän e
Admiral; os ingleses
Ford Zodiac,
Rover 2000 e Vauxhall Cresta; os
franceses Citroën DS e
Peugeot 404 e o sueco
Volvo 144. O Fiat
130 viria se juntar a eles no ano seguinte.
Ao apresentar a linha, a revista alemã Auto Motor und Sport
destacou que "poucos
fabricantes podem se equiparar à Mercedes em solidez e resistência a
impactos, e nenhum pode superá-la". E elogiou os motores a diesel: "O grande e
duradouro sucesso de vendas dessas versões é baseada em sua economia sem
similares e sua longa vida útil". Longevidade que se estendia a todo o
veículo, aliás: "Nada nesse automóvel é 'barato', e ele chama atenção
para esse fato todos os dias com sua operação confiável".
Menos
portas, mais motores
Ao contrário do Ponton
ou do Fintail, o "barra-oito" não teve versão conversível. Mas ofereceu
um elegante cupê, lançado em novembro de 1968 com linhas diferentes na
seção central da carroceria: o teto era 5 cm mais baixo, o para-brisa
mais inclinado e as colunas traseiras mais grossas. Não havia coluna
central para que, com os quatro vidros abaixados, a sensação de
descontração tomasse conta.
Continua
|