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Nobre eficiência

Com motores de 2,0 a 3,5 litros, a série P6 da britânica
Rover era oferecida como o "Rolls dos pobres"

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A fábrica Rover Cycle Co., de origem inglesa, começou suas atividades em 1868. Produzia bicicletas. Em 1903 passou a fabricar motocicletas e, dois anos após, automóveis. Foi a Segunda Guerra Mundial que tornou a fábrica mundialmente conhecida: os utilitários Land Rover foram utilizados pelas tropas britânicas e espalharam sua fama de robustez e praticidade pelos quatro cantos do planeta. Mas seus automóveis civis também surpreenderiam. 

Em 1957 um protótipo, de nome T4, tinha como propulsor uma turbina a gás. Foi exposto em 1961 e, dois anos depois, um Rover BRM a turbina correu a 24 Horas de Le Mans, na França. Em outubro de 1963 o P6, projeto iniciado sete anos antes pelas mãos de David Bache, era apresentado ao publico. O sedã de três volumes e quatro portas tinha linhas muito elegantes e era capaz de transportar cinco passageiros com conforto. Sua carroceria tinha estrutura monobloco em aço estampado e comprimento de 4,53 metros. Tornou-se conhecido como Rover 2000.

O primeiro P6 (à esquerda), com motor 2,0-litros de 99 cv, tornou-se conhecido
como Rover 2000. A versão V8 de 3,5 litros, ou 3500, chegava cinco anos depois 

O motor dianteiro, coberto por um capô de chapa de alumínio, tinha quatro cilindros em linha, 1.978 cm3, comando de válvulas no cabeçote e desenvolvia 99 cv, alimentado por um carburador da marca inglesa SU. Com câmbio de quatro marchas e tração traseira, sua velocidade final era condizente com a motorização: 165 km/h. O tanque, com capacidade para 55 litros, ficava logo atrás do banco traseiro, em posição vertical, como no antigo Chevette. 

Seus freios eram a disco nas quatro rodas, da marca Dunlop, servoassistidos, com os traseiros do tipo inboard, acoplados ao diferencial. A suspensão era particularmente interessante: a dianteira tinha amortecedores e molas montados horizontalmente sobre triângulos inferiores basculantes, e a traseira, um eixo De Dion (eixo rígido com diferencial suspenso), muito sofisticado. Proporcionava conforto, estabilidade e segurança. 

As suspensões eram sofisticadas, com eixo traseiro De Dion e, na frente, molas e amortecedores horizontais. Os freios posteriores vinham acoplados ao diferencial, recurso típico de competição

Por dentro o destaque ficava por conta do grande velocímetro retangular em posição horizontal. Ao lado deste, um relógio e o conta-giros, ambos redondos e da marca Smith. Não era nem um pouco harmônica a apresentação; além disso, o painel tinha plásticos imitando madeira. Mas os bancos eram largos e muito confortáveis, com revestimento em couro, e o volante de dois raios tinha tamanho correto. 

Ainda em 1963 Sir Willian Martin-Hurst, o presidente da empresa, ia aos Estados Unidos fazer contatos com intuito de vender a idéia da turbina a gás para o fabricante de motores marítimos Mercury. Esta trabalhava junto com a GM no desenvolvimento de um motor de liga leve, de oito cilindros em V. Seria destinado aos carros compactos BOP, das divisões Buick, Oldsmobile e Pontiac. O empresário inglês conseguiu então obter a licença de fabricação. Continua

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Data de publicação deste artigo: 3/9/02

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