Teto mais baixo e vidros mais inclinados conferiam um ar menos formal ao cupê da linha, oferecido apenas com motor de seis cilindros

A unidade de 2,5 litros, já conhecida do sedã, trouxe no cupê a primeira injeção eletrônica da Mercedes, responsável por um aumento de 20 cv

Com o motor de 2,75 litros da versão 280, esse modelo de classe média alcançava em desempenho os grandes Classe S: alcançava 200 km/h

Apenas o motor de seis cilindros e 2,5 litros era oferecido no cupê, chamado 250 C, mas havia a novidade do 250 CE com injeção eletrônica de combustível Bosch D-Jetronic uma primazia na Mercedes, que até então usara apenas injeção mecânica. Com o sistema, o motor passava a 150 cv e 22 m.kgf e levava o cupê a 190 km/h. Motores de quatro cilindros de 2,2 litros, um pouco mais vigorosos, vinham em junho de 1970. O 220 a gasolina, com o M115, tinha 105 cv e 18,2 m.kgf, enquanto o 220 D trazia o OM615 com 60 cv e 12,8 m.kgf.

Na avaliação da revista norte-americana Popular Mechanics, a versão a diesel destacou-se mais uma vez pela economia de combustível, simplicidade de manutenção e maior vida útil do motor: "Aparentemente essas são as razões pelas quais a Mercedes tem uma grande fila de espera pelo diesel e por que os compradores estão pagando cerca de US$ 200 a mais por ele. Eu pensaria seriamente em fazer o mesmo". O desempenho decepcionava pelos padrões ianques, mas havia outros atributos: "O 220 D é realmente luxuoso e, ao mesmo tempo, um carro de estabilidade fabulosa com excelentes freios".

Uma opção a gasolina mais potente estreava em maio de 1972: o 280, disponível como cupê (também como sedã de novembro em diante) e com carburadores ou injeção. O moderno seis-em-linha M110, com duplo comando nos cabeçotes e 2,75 litros, entregava 160 cv/23 m.kgf quando dotado de carburadores e 185 cv/24,3 m.kgf na versão E, com injeção, que obtinha velocidade máxima de 200 km/h. Era um desempenho excelente para a época e a categoria do carro — andava junto de algumas versões do Classe S, ajudado pelo peso de 1.450 kg, bem menor que o desse grande sedã.

Os cupês 280 assumiam o lugar dos 250, enquanto o sedã 250 adotava o novo motor de 2,75 litros em configuração menos potente, de 130 cv. Os 280 traziam rodas e pneus mais largos (185 R 14 em vez de 175 R 14), freios dianteiros com discos maiores, para-brisa laminado, sistema de limpeza dos faróis, tanque de combustível de 78 litros (ante 65), para-choques traseiros com laterais alongadas e duas saídas de escapamento. Embora mantivessem o aspecto sóbrio, os entendidos logo percebiam a razão de terem sido ultrapassados com facilidade nas autobahnen.

Entre as opções do cupê 280 CE estavam direção assistida, caixa automática, controle elétrico dos vidros dianteiros e do teto solar, encostos de cabeça na frente e assentos mais baixos. Seus concorrentes diretos eram o BMW 3.0 CS, o Citroën SM com motor Maserati, o Jaguar XJ6 de 4,2 litros e o Fiat 130 Coupé. Em desempenho o Mercedes perdia apenas para o BMW e, no caso da velocidade máxima, também para o Citroën.

Em teste de 1973, a revista inglesa Autocar considerou o 280 CE um "cupê de cinco lugares refinado, mas esportivo. O novo motor de duplo comando é potente e excepcionalmente suave. O carro acomoda cinco adultos e tem um grande porta-malas. Eficiente transmissão, direção muito boa, rodar confortável e comportamento dinâmico seguro e previsível". Continua

Em escala
O colecionador de miniaturas tem várias opções da série W114/W115.

Na escala 1:18, que permite grande precisão de detalhes, existem os cupês 280 C de 1972 da Sun Star (em cima), disponível em prata e verde, e da Auto Art (embaixo), fornecido em bege e azul metálico. As duas marcas prezam por detalhes de acabamento desse modelo de belas linhas.
Outras opções nesse tamanho são os sedãs da Sun Star, em preto, e da Autoart (ao lado), em branco. A versão retratada é, ao que parece, de quatro cilindros.
A marca Brekina Starmada faz o 220 D Lang, com sua enorme distância entre eixos, em cores vermelha, preta, azul escuro e azul claro, sempre em escala 1:87.
Os conceitos
Nos anos 70 a Mercedes desenvolveu veículos experimentais de segurança (ESF na sigla em alemão) com base na série W114/W115, a fim de estudar soluções para evitar acidentes e proteger os ocupantes caso eles aconteçam.

O ESF 5, de 1971, continha soluções como bolsas infláveis frontais para quatro ocupantes (duas delas montadas atrás dos encostos dianteiros), cintos de três pontos com limitador de força para cinco pessoas, aplicação automática dos cintos nos bancos dianteiros quando as portas fossem fechadas, para-brisa e vidro traseiro laminados, pedais com formas arredondadas, interior com revestimento emborrachado (de poliuretano) em vários pontos e freios antitravamento (ABS).

Para-choques bem maiores, com amortecimento hidráulico, absorviam parte do impacto sem danificar a estrutura. Isso deixou o carro 65 cm mais longo, com 5,34 metros. A frente tinha desenho próprio e mais moderno.

Também para maior absorção de colisões, foi usado um motor V6, com bloco mais curto no sentido longitudinal, no lugar do seis-cilindros em linha habitual na época na Mercedes. Com 2.060 kg, aumento de 665 kg sobre o carro de série, o ESF 5 visava resistir a colisões a até 80 km/h.

O ESF 13, uma remodelação visual do ESF 5 apresentada no ano seguinte, adotava quatro faróis circulares com sistema de lavagem e limpeza, maçanetas mais arredondadas e nova tampa do porta-malas. Importante redução no tamanho dos para-choques deixou o sedã com 5,23 m, mas a zona dianteira de absorção de impactos aumentou de 37 para 42 cm. O peso é que teve de subir: 2.100 kg.

No interior, novidades eram os materiais que retardavam a propagação de fogo e extintor de incêndio junto ao banco do motorista. Pelo mesmo objetivo o tanque de combustível estava acima do eixo traseiro, mais protegido.

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