Vinte anos à frente

Do estilo às soluções técnicas, o Citroën DS impressionou
pelo avanço e tornou-se um símbolo da marca francesa

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A francesa Citroën Automobiles S.A., fundada em 1905 na região parisiense, no Cais de Javel, tornou-se conhecida mundialmente pelo lançamento do revolucionário modelo Traction Avant – o 7CV, depois 11CV – em 1934. Em princípio de carreira, Flaminio Bertoni, escultor, arquiteto e estilista, foi o idealizador da carroceria que era pouco convencional para a época. Com esse automóvel estava definitivamente consagrada a saga da tração dianteira na marca.

Após a Segunda Guerra Mundial, outro lançamento também a tornaria muito conhecida. O pequeno 2CV era apresentado no Salão de Paris de 1948, realizado no Grand Palais, que fora inaugurado para a grande exposição universal de 1900 e construído para abrigar importantes eventos como feiras de automóveis.

Um dos projetos estudados pela Citroën para o DS: as linhas do "sapo" já estavam presentes, mas uma grade tornava o estilo da dianteira bem diferente do modelo final

Logo no início da década de 1950, a Citroën dava partida a um novo projeto, sob a direção de André Lefebvre, o competente engenheiro aeronáutico que 16 anos antes havia sido o responsável pelo Traction Avant e, durante a guerra, desenvolvera o 2CV. Sua equipe trabalhou empregando idéias e materiais com tecnologia de ponta – na carroceria e mecânica. Em 5 de outubro de 1955, no Salão de Paris, realizado também no Grand Palais, a vedete era outro revolucionário Citroën.

O sucessor dos modelos 11, 11 Légère e 15 Six, da série Traction Avant, causou grande impacto. Era denominado DS 19 (déèsse em francês significa deusa). A fábrica francesa mais uma vez inovava e surpreendia. O sedã de quatro portas, mais uma obra de Bertoni, parecia que vinha de um filme de ficção cientifica. No primeiro dia do Salão registraram-se 12 mil pedidos. No final da semana já eram mais de 80 mil.

Neste protótipo a grade já desaparecia, mas o ressalto central no capô era mais pronunciado. A marca avaliou motores pouco usuais, como um boxer de seis cilindros e um dois-tempos com compressor

Era muito aerodinâmico, em forma de gota quando visto de cima. O eixo dianteiro tinha a bitola visivelmente mais larga que o traseiro — 1,50 contra 1,30 metro. Tinha o capô alongado em cunha com a grade de refrigeração estreitíssima e, acima da coluna traseira, lanternas em forma de cone, além de ótima área envidraçada. O teto era de plástico reforçado com fibra-de-vidro e o restante da carroceria monobloco, em chapa de aço estampado. Continua

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Data de publicação: 7/8/04

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