Substituir o insubstituível

Com a difícil missão de assumir o lugar do Mini, o Austin/Rover
Metro foi produzido por 18 anos e teve uma versão de 400 cv

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Linhas simples e funcionais, grande área de vidros, motor transversal: a carroceria do Metro seguia a receita básica dos carros de sua classe

No interior, acabamento espartano em cores alegres, volante mais à horizontal, amplo espaço para objetos e nem tanto para os ocupantes

Os ingleses apresentaram ao mundo em 1959 um dos carros mais marcantes do século: o Austin Mini, que fez um sucesso estrondoso e por anos não apresentou sinais de cansaço. Sua primeira mudança significativa foi só em 1969, com o lançamento da versão Clubman com frente modernizada, que não agradou. O valente carrinho continuou com pára-lamas arredondados, grade hexagonal e faróis circulares, enfrentando uma concorrência cada vez mais voraz e moderna. No fim da década de 1970, o grupo inglês British Leyland Corporation (BMC) trabalhava num projeto com o intuito de substituir esse fenômeno sobre quatro rodas. Estava sob a competência da divisão Austin Rover Group o projeto LC8.

Em outubro de 1980 era apresentado o Austin Mini Metro, com linhas muito mais modernas que o antecessor, ótima área envidraçada e disposição para assumir uma posição sucessória nada fácil. Os tempos haviam mudado e as fábricas européias e japonesas disputavam ferozmente esta porção do mercado consumidor. O carro tinha dois volumes, frente com faróis quadrados, grade preta com frisos horizontais, pára-choques angulosos pretos e um pequeno defletor abaixo deste. Atrás a terceira porta tinha boa abertura e as lanternas eram quadradas. Tinha um estilo agradável, mas nada surpreendente.

Com dimensões reduzidas, media 3,40 metros de comprimento, 1,36 m de altura, 1,55 m de altura e 2,25 m de entreeixos. Seu peso era de apenas 760 kg. O interior era simples, mas acomodava com certo conforto quatro adultos. Já o porta-malas era mínimo. O carrinho não teria vida fácil: dentro do território inglês enfrentaria em sua versão básica o próprio Mini e o Ford Fiesta; da Itália vinham o Autobianchi A112 e o Fiat 127; da França o Citroën 2CV e o Visa, o Peugeot 104 e o Renault 5; e da Alemanha o Volkswagen Polo. Logo viriam mais adversários como Opel Corsa e Fiat Uno.

O motor de quatro cilindros em posição transversal tinha 998 cm³, comando de válvulas no bloco e um carburador de corpo simples, receita que resultava em potência de 41 cv e torque de 7,2 m.kgf. A tração era dianteira e o câmbio tinha quatro marchas. A velocidade máxima de 140 km/h estava dentro dos padrões da categoria e, com baixo peso, as acelerações mostravam certa agilidade. A capacidade do tanque de 36 litros não decepcionava, pois seu consumo a 90 km/h em estrada chegava a ótimos 19 km/l.

Um pouco mais vigorosa era a versão 1000 LHE, de 47 cv e 10,3 m.kgf, obtidos pela taxa de compressão mais alta. O propulsor mais interessante era o 1300, que tinha 1.275 cm³, 63 cv e 10,1 m.kgf. Podia ser equipado com caixa automática e usava pneus 155/70 SR 12, em vez dos 135 SR 12 das versões de 1,0 litro. Com caixa manual chegava à final de 155 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em ótimos 11 segundos. Esta mesma motorização servia à versão Vanden Plas, lançada em 1982, que se distinguia por grade mais fina com um contorno de metal, calotas bem desenhadas e interior mais requintado.

Todo Metro usava a suspensão hidroelástica já aprovada em vários produtos do grupo, como o próprio Mini, o MG 1100, o Austin 1800 e o Allegro. Era independente nas quatro rodas, com braços sobrepostos à frente e braços arrastados atrás, e tinha cones de borracha com esferas elásticas conectadas, conjunto que fazia o papel de molas. Amortecedores eram usados só na frente. Também em 1982 chegava o MG Metro — era habitual na BMC que um modelo fosse vendido sob diferentes marcas. Por fora tinha pára-choques, retrovisores e caixa de rodas mais salientes, da mesma cor do carro, e adesivos brancos MG colocados de forma original, mas de gosto discutível. Tinha rodas de alumínio e como opcional podia vir com teto solar. Continua

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Data de publicação: 19/8/08

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