A pequena grande obra

Alec Issigonis deixou à história uma brilhante criação:
o Mini, ícone inglês produzido por mais de 40 anos

Alexander Arnold Constantine Issigonis foi, sem dúvida, um homem marcante na indústria automobilística britânica e mundial. Ele foi o criador, o pai do famoso Mini. Nasceu em 18 de novembro de 1906 em Smyrna, na Turquia. Seu pai, engenheiro naval, era descendente de ingleses e por isso tinha nacionalidade britânica. Mas o senhor Konstantinos faleceu quando "Alec" Issigonis ainda era um adolescente, em 1923. Não demorou muito, a viúva e o filho único mudaram-se para a Inglaterra na década de 1920.

Alec começou a tomar gosto pelos automóveis em 1923, quando adquiriu um da marca Singer. Pouco depois começou seus estudos no Battersea Polytechnic e diplomou-se engenheiro em 1928. Nunca foi muito forte em cálculos, mas era um desenhista e projetista promissor. Passou a trabalhar em empresas pequenas modificando suspensões, chassis, transmissões e carrocerias. Em 1934 passaria a trabalhar na Humber, empresa de porte na época. Mas o destino o levou para a Morris dois anos depois.

Junto de Jack Daniels, que havia trabalhado na MG, montou o departamento de desenvolvimento da empresa. Um imaginava, o outro calculava. Durante a Segunda Guerra Mundial trabalhou com veículos militares, mas também começou a se dedicar ao projeto Mosquito. Seria um novo carro pequeno, moderno e acessível. Em 1943 a carroceria do primeiro protótipo ganhava vida. Estava nascendo o primeiro sucesso deste homem genial.

Em 1948 era lançado o Morris Minor, que se tornaria um sucesso comercial até 1971 em diversas versões. Em 1952 a Morris e a Austin se uniam formando a BMC, British Motor Corporation, e a direção operacional da empresa ficava nas mãos de Sir Leonard Lord. Vários cargos foram trocados e Alec teve suas atividades limitadas. Decidiu então se retirar do grupo e ir para a Alvis. Desde sua chegada deram-lhe a responsabilidade da criação de um novo sedã de grande porte, que seria equipado com motor de oito cilindros em “V” de alumínio e suspensão independente.

Alec fez os primeiros esboços, que tinham a particularidade das rodas nas extremidades da carroceria. Mas, por problemas financeiros, o projeto não avançou e o grande profissional ficou sem emprego. Não demorou muito e Leonard Lord pediu a John Morris, que era o patrão da fábrica de carburadores SU, para convencer Issigonis a voltar a trabalhar no grupo, ganhando liberdade e autonomia para novos projetos. E ele voltou.

Em março de 1957 eclodiu a crise no canal de Suez, que mudou o comportamento dos governos no mundo inteiro no que se referia ao fornecimento de petróleo. Todos os países tinham cotas que afetavam cada cidadão. Por este motivo foi tomada a decisão na BMC para fabricar um novo carro pequeno, de consumo baixo, que pudesse transportar com relativo conforto quatro pessoas. Ele deveria caber em uma caixa de 10 por 4 por 4 pés, ou cerca de 3 x 1,2 x 1,2 metro, e a cabine teria de aproveitar 1,80 m de seu comprimento. Continua

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Data de publicação: 28/4/07

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