
O Opel Rekord lançado em 1972
tornou-se Chevrolet 2500, 3800 e 4100


Acima e na abertura deste
artigo, o sedã e a perua Constantia depois da remodelação de 1974;
usavam motor 4,1 de seis cilindros e também V8

O pequeno Firenza andava como
gente grande na edição especial Can Am de 1973: com um V8 de 290 cv,
fazia de 0 a 100 em 5,4 segundos

Mais um alemão da Opel que
ganhou motor de
origem americana: o Senator 4,1, que em 1978 assumia o topo de linha da
GM sul-africana |
Um
V8 maior, de 5,75 litros e 275 cv, chegaria em 1972 no sedã De Ville, o
mais luxuoso da linha, dotado de quatro faróis e teto revestido em
vinil. E, no lugar da versão SS do Ranger, aparecia em 1971 o cupê
Chevrolet SS, clone do Holden Monaro com
duas opções de V8: de 5,05 litros e 243 cv e de 5,75 litros com 305 cv
(275 caso se optasse pela caixa automática). Bancos individuais,
alavanca de câmbio no assoalho, pneus radiais 185 R 14 e direção
assistida eram de série.
Também em 1971 eram lançados dois picapes leves. O LUV era um projeto da japonesa Isuzu que seria vendido até nos EUA.
Já o El Camino, derivado do Kommando, seguia o conceito do
modelo americano que lhe emprestava o nome,
embora se tratassem de produtos diferentes.
Outra novidade do ano foi o compacto Firenza, variação do Vauxhall
Viva inglês com versões hatch e
sedã, que podiam ser equipadas com motores de 1,3, 1,9 e 2,5 litros,
todos de quatro cilindros. Muito interessante era o Firenza Can Am de
1973, série limitada feita para obter homologação para corridas. Com o
V8 de 5,05 litros e 290 cv para movimentar apenas 1.100 kg, esse
verdadeiro "carro musculoso" à moda africana era capaz de acelerar de 0
a 100 km/h em 5,4 segundos, desempenho de respeito ainda hoje. Só 100
unidades foram produzidas, todas brancas com capô preto, largas rodas de
alumínio e aerofólio traseiro. As que restaram obtêm alta cotação entre
colecionadores.
Em 1972, com a renovação do Rekord na Alemanha, os africanos adotavam
seu desenho nos Chevrolets 2500, 3800 e 4100, com os três motores do
Chevy II e opção entre sedã e perua. Com formas bem atuais, grande área
envidraçada e a clássica tração traseira, foram líderes de vendas no
país em 1975. A linha Kommando/Constantia era mantida, com novo estilo
desde 1974, seguindo o padrão dos australianos. No segmento de médios, o
Opel Ascona de segunda geração
estreava em 1976 como Chevrolet Chevair, com a curiosidade de adotar a
frente mais aerodinâmica do cupê Manta. Os
motores de 2,0 e 2,3 litros tinham quatro cilindros e a tração ainda era
traseira.
Outra novidade nesse ano era o Nomad, um jipe que tinha apenas o nome em
comum à perua esportiva da série Bel Air, feita nos EUA nos anos 50. Os
produtos de origem Holden, Vauxhall e Bedford (marca inglesa do mesmo
grupo) eram encerrados em 1978, ficando a produção restrita aos projetos
da Opel — única marca usada nos automóveis dali em diante — e aos
utilitários da Isuzu.
Lançados nesse ano, o novo Rekord (agora com motor 2,3 de quatro
cilindros) e o Commodore (com os tradicionais 3,8 e 4,1 de seis
cilindros) tinham a mesma carroceria dos alemães. No ano seguinte
estreava o Senator, também com o motor 4,1,
bem maior que o 2,8 oferecido aos europeus. Vinha com câmbio automático
e interior luxuoso. Em 1980 chegava um novo Kadett de motor transversal
e tração dianteira, só um ano após a estréia européia. Com o fechamento
da fábrica de motores e câmbios em 1982, esses itens passavam a ser
importados da Alemanha.
O catálogo da GM sul-africana estava em sintonia com o da Opel em 1985,
com os modelos Kadett, Ascona (o terceiro, igual ao
Monza brasileiro), Rekord e
Senator, quando a corporação decidiu encerrar atividades no país. O
regime do apartheid havia provocado sanções pelo governo americano e a
economia estava em recessão. De 1987 em diante, a empresa local Delta se
encarregaria da fabricação sob licença do Kadett, do Rekord (já
substituído na Europa pelo Omega),
de picapes e caminhões Isuzu e da importação de outros Opels. Chegariam
à África dessa forma Corsa,
Astra, Zafira, o cupê
Calibra e até mesmo os Corsas
sedã e picape brasileiros.
Em 2003 a GM comprou as ações da Delta e reassumiu as operações no país.
Em pouco tempo passou a oferecer opções das mais variadas: de nossos
Corsas e Montanas aos grandes sedãs e picapes da linha Holden Commodore
australiana (com logo Chevrolet, claro), passando por carros pequenos e
médios desenvolvidos na Coréia do Sul pela Daewoo, o
Astra GTC alemão e o Hummer H3
americano. Mais do que nunca, diversidade é o ponto de destaque da GM na
África do Sul.
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