Viva a identidade

O pequeno Viva, que teve três gerações, foi o último projeto da
inglesa Vauxhall antes da era dos Opels com logotipo trocado

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A britânica Vauxhall não surgiu para fabricar automóveis: foi fundada bem antes deles, em 1857, como Alex Wilson & Company, em Londres. Em 1894 tornava-se a Vauxhall Iron Works. O primeiro automóvel era construído em 1903, com motor de um só cilindro, 1.000 cm³ e potência de 5 cv a 900 rpm. Em 1905 a empresa instalava-se em Luton e, 20 anos depois, em difícil situação financeira, era absorvida pela General Motors.

Embora hoje limite-se a produzir versões locais dos modelos da alemã Opel, com volante à direita, a Vauxhall tem em sua história diversos modelos de projeto exclusivo. Como o Viva, que representou a marca entre os modelos pequenos europeus, segmento em que ela não atuava desde a Segunda Guerra Mundial. A primeira geração, denominada HA na terminologia interna da empresa, era lançada em 1963 com linhas despretensiosas mas simpáticas. Media 3,94 metros de comprimento e 2,32 m entre eixos, e pesava 700 kg.

O primeiro Viva, geração HA, aparecia em 1963 para trazer a Vauxhall de volta ao segmento dos pequenos, com seu motor de 1,05 litro e apenas 700 kg de peso

Oferecia os acabamentos básico e Deluxe, aos quais se somavam em 1965 o 90, com motor mais potente, e o SL, com calotas integrais, lanternas traseiras em três módulos e interior mais luxuoso. Tinha motor de quatro cilindros, comando de válvulas no bloco e 1.057 cm³ de cilindrada e tração traseira. O motor básico desenvolvia potência de 44 cv e torque de 8,5 m.kgf; o mais forte, 54 cv. Demonstrava qualidades como a leveza dos comandos, boa operação do câmbio (de quatro marchas), ampla visibilidade, direção e embreagem leves e desempenho bem razoável. Em função de tudo isso, foi um dos primeiros carros com publicidade dirigida às mulheres, que o apreciavam por essas virtudes.

As suspensões eram simples, independente com braços sobrepostos à frente e de eixo rígido atrás. Os freios dianteiros usavam discos com o motor mais potente e os pneus eram modestos 5,50-12. O carro foi vendido com sucesso no Canadá: renomeado Envoy Epic, foi o segundo importado pequeno mais vendido, atrás apenas do Volkswagen Beetle, nosso Fusca. Na Inglaterra a marca Bedford oferecia versões perua (chamada Beagle) e furgão. Depois de 307 mil unidades vendidas, o HA despedia-se do mercado em 1966.

O modelo HB, lançado três anos depois, assumia o estilo "garrafa de Coca-Cola", com linha de cintura ondulada, e ficava bem mais amplo

Estreava então, em agosto, a geração HB, com maiores dimensões (comprimento de 4,10 m, entreeixos de 2,43 m) e o estilo "garrafa de Coca-Cola" (com linha de cintura sinuosa) em voga nos Estados Unidos, em carros como o Impala da Chevrolet. Além das versões básica, Deluxe e SL havia a esportiva GT, com elementos que imitavam os verdadeiros carros esporte: tomadas de ar falsas no capô preto, quatro saídas de escapamento (não todas funcionais), rodas que simulavam as de magnésio. No interior, volante esportivo e farto painel de instrumentos conferiam um aspecto de alto desempenho. Continua

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Data de publicação: 14/6/05

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