Calibra, um campeão de aerodinâmica
No Salão de Frankfurt de 1989, um ano após o lançamento do Vectra, a Opel alemã exibia o sucessor do cupê Manta. Denominado Calibra, era um cupê de linhas elegantes e muito aerodinâmicas, detentor do melhor Cx já visto em um automóvel de grande produção: 0,26. A fronte impressionava com os conjuntos óticos de perfil baixo, compostos cada um por dois faróis superelipsoidais. A borda da tampa traseira antecipou a tendência que muitos atribuem ao BMW Série 3, lançado um ano depois.

O Calibra era um 2+2 de três portas, sem moldura nas janelas, com um curioso teto solar de deslocamento externo. Por dentro lembrava muito o Vectra, do qual utilizava o painel, e o Omega, e oferecia um bom porta-malas de 300 litros. Vendido com o mesmo nome pela Vauxhall inglesa e pela Holden australiana, sua plataforma (mantendo o entreeixos de 2,6 m), mecânica e muitos itens internos vinham do Vectra, da mesma forma que o Manta se originara do Ascona (Monza).

As versões iniciais eram de 2,0 litros, com oito válvulas/115 cv ou 16 válvulas/150 cv, tal e qual o Vectra. Graças ao perfil favorável ao ar, alcançavam 205 e 233 km/h, na ordem, bem mais que os sedãs de mesma motorização. O câmbio era de cinco marchas, com opção pelo automático de quatro para o motor de 115 cv; a suspensão traseira seguia conceito diverso do Vectra, um sistema independente com braço arrastado, montada em subchassi. Além da tração dianteira, logo era oferecida a integral para a versão 16V.

Dois anos depois, também em Frankfurt, chegava o Turbo 4x4, com motor 2,0 16V de 204 cv, seis marchas, rodas de 16 pol e tração integral. A aceleração de 0 a 100 km/h em 6,8 s e a velocidade máxima de 245 km/h estavam no patamar de carros bem mais caros. Em 1994 o cupê passava a oferecer o V6 de 2,5 litros e 170 cv do Vectra, para 0-100 em 7,9 s e máxima de 237 km/h. Tinha revestimento dos bancos em couro, bolsas infláveis frontais e controle de tração, que era dianteira somente. O motor Ecotec 2,0 16V de 136 cv logo substituía o antigo de 150 cv.

No ano seguinte o emblema da marca era incorporado à grade. Em 1997 as versões menos potentes desapareciam, restando apenas a V6, a Turbo e algumas séries especiais, como a alusiva ao DTM (Campeonato Alemão de Carros de Turismo). Logo depois o Calibra era descontinuado, sendo seu sucessor o Astra Coupé lançado em 1999.

No Brasil o cupê foi lançado um mês antes do primeiro Vectra, em agosto de 1993, com motor 2,0 16V somente. Sem maiores alterações, ficou no mercado até 1996, quando o reflexo da alta do imposto de importação para 70% (em fevereiro de 1995) inviabilizou novas importações. Desde então -- a não ser pelo Tigra, muito pequeno e de acabamento simplório --, a GM nunca mais investiu em cupês para nosso mercado, abandonando um segmento que é formador de imagem para qualquer fabricante (saiba mais).
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