Relançado em 1947 sem mudanças, o Olympia ganhava uma carroceria mais atual (também na abertura deste artigo) e versão furgão em 1950

Grade inspirada nos Buicks, três volumes, para-lamas integrados na frente e perua Caravan: novidades do Olympia Rekord lançado em 1953

Renascimento: em 1967 o nome Olympia estava em um Kadett de luxo

Agora existia uma versão com quatro portas, sendo as de trás "suicidas", e seis lugares — naturalmente apertados — além das já conhecidas de duas portas com ou sem teto de lona. No interior, o painel em posição central trazia o velocímetro em posição inversa à comum hoje, com o zero no canto superior direito e o meio da escala (80 km/h) embaixo. O volante tinha três raios e um grande aro. Melhoria bem-vinda era o motor de 1,5 litro com válvulas no cabeçote (o comando permanecia no bloco), que desenvolvia 37 cv a 3.400 rpm e podia levar o carro a 112 km/h de máxima. Já não passava tantos apuros nas autobahnen, as autoestradas que Hitler mandara abrir Alemanha afora.

O OL38 foi produzido até o fim de 1940, quando a Segunda Guerra Mundial trouxe a prioridade em produzir material bélico e suspendeu a fabricação de automóveis no país. Severamente abalada pelos bombardeios, a fábrica de Rüsselsheim foi reconstruída após o conflito e retomou a linha do Olympia em 1947, com as mesmas características de antes, mas apenas na versão de duas portas e teto rígido. Ele assim seguiu por dois anos até ser reestilizado em janeiro de 1950, para se atualizar às tendências de estilo do pós-guerra.

Embora por baixo fosse o mesmo carro de antes, o desenho estava mais imponente com a grade mais baixa de sete barras cromadas horizontais, para-lamas bem mais volumosos — embora ainda destacados do corpo principal —, barras mais grossas nos para-choques, estepe por dentro do porta-malas e portas com dobradiças internas, não mais aparentes. A opção de teto de lona era retomada e surgia um inédito furgão com capota mais longa e grande volume útil de carga. O motor de 1,5 litro não tinha novidades, mas a alavanca de câmbio mudava-se para a coluna de direção, tendência na época. Contudo, em três anos o mercado já não dava boa aceitação a esse modelo de projeto superado, que destoava das opções bem mais modernas lançadas depois da guerra.

Foi quando a Opel apresentou, em março de 1953, uma geração toda nova chamada de Olympia Rekord. Seu desenho era típico da nova década: para-lamas dianteiros incorporados à carroceria (os traseiros ainda se destacavam), largura maior, grade horizontal de grandes dimensões (cujos "dentes" eram inspirados nos desenhos da Buick, uma das divisões norte-americanas da GM), porta-malas saliente formando um terceiro volume, linhas arredondadas. Estava disponível como sedã de duas portas, com ou sem teto de lona, e como a perua de passageiros Caravan, nome que seria muito duradouro na marca — além das gerações posteriores do Rekord, a Opel o aplicaria também a outras linhas como Kadett, Astra, Vectra e Omega. O comprimento passava a 4,24 m, a largura a 1,63 m, a altura a 1,55 m e o entre-eixos a 2,49 m, enquanto o peso variava de 920 a 1.000 kg, conforme a versão.

O motor de 1,5 litro, em linhas gerais o mesmo do modelo anterior, agora desenvolvia 52 cv e permitia máxima de 120 km/h. Outra opção era a unidade de 1,7 litro e 63 cv. Havia opção de caixa automática e a versão furgão era relançada para 1955, mas com base no sedã e não na perua. Nesse ano surgia um acabamento mais simples, chamado apenas de Olympia, sem o "sobrenome", e havia algumas mudanças visuais como nova grade e vidro traseiro maior. No ano seguinte o motor estava mais potente, com 45 cv, e os para-choques perdiam as "garras" de reforço, deixando a aparência mais suave. No último ano-modelo dessa série, 1957, a grade crescia e ganhava forma ovalada, criando um rebaixo no para-choque; o capô estava mais plano e com impressão de ser mais baixo e largo e não mais havia opção de teto de lona.

Com o lançamento de um novo Rekord que dispensava o prefixo Olympia (exceto para o mercado alemão), em julho de 1957, o nome introduzido em 1935 desaparecia dos principais mercados. Mas voltaria em 1967, em outro segmento, denominando uma versão mais luxuosa do pequeno Kadett — em sua geração B, uma antes da que seria feita no Brasil como Chevette. Oferecido como cupê ou os sedãs de duas e quatro portas, esse Olympia usava motores de 1,1 litro com 60 cv, 1,7 com 75 cv e 1,9 com 90 cv. Durou apenas três anos: a chegada do primeiro Ascona, em 1970, preencheu o espaço que havia entre Kadett e Rekord, levando a Opel a abandonar de vez o nome lançado com um dos carros mais marcantes de sua longa história.

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