O legítimo herdeiro do Monza

Nascido Opel em 1988, o Vectra trouxe-nos inovações e
foi o sonho de consumo de muitos, mas envelheceu

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Manter o nome de um automóvel através das gerações é comum no mundo todo. Ocorre há cerca de 30 anos com o Golf, o Corolla e o Civic, aconteceu por período semelhante com o Escort e, no Brasil, aplica-se ao Gol há 22 anos. Mas a Opel, a subsidiária alemã da General Motors, optou por abandonar a designação Ascona -- utilizada desde 1970 em seu carro médio que, na geração de 1981, havia originado nosso Monza -- ao lançar seu sucessor, em 1988.

O Vectra nasceu na Alemanha, em 1988, surpreendendo pelo estilo "limpo" e pela notável aerodinâmica, com Cx de 0,29. A mecânica apresentava diversas evoluções sobre a do Ascona

A fábrica fundada em 1862 por Adam Opel para construir máquinas de costura, fabricante de automóveis desde 1899 e subsidiária da General Motors desde 1929, desejava uma imagem dinâmica e de alta tecnologia para o novo carro. Uma consulta ao instituto de Manfred Gotta, na cidade alemã de Baden-Baden, apontou o nome Vectra, derivado da palavra inglesa vector, ou vetor. Batizada a criança, era a hora de apresentá-la ao mundo.

O Opel Vectra apareceu no Salão de Paris de 1988, meses após a renovação do VW Passat e o lançamento do Peugeot 405, alguns de seus concorrentes na Europa -- outros eram o Ford Sierra, o Renault 21 e o Citroën BX, já com alguns anos de mercado. Comparado ao Ascona, surpreendia pela suavidade de suas linhas, sem cantos vivos ou ângulos marcantes. O coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,29 ainda hoje é expressivo para seu porte.

Além do três-volumes, mais conhecido aqui, os modelos europeus (incluindo o inglês, então chamado Vauxhall Cavalier) ofereciam esta versão dois-volumes de cinco portas

As carrocerias de quatro portas (três-volumes) e cinco portas (hatchback, nunca oferecida aqui) dispunham de motores que foram, em regra, herdados de seu antecessor ou de outros Opels. A linha compreendia o 1,6-litro de 82 cv, o 1,8 de 90 cv, o 2,0 de 115 cv (todos de oito válvulas), o 2,0 de 16 válvulas e 150 cv, e o 1,7 diesel de 57 cv. Até 1990 existiu também um 2,0 de 129 cv, potência possível graças à ausência de catalisador.

A versão de 150 cv, então chamada apenas de 2000 16V, esbanjava esportividade no estilo -- rodas de 15 pol, saias laterais, grade exclusiva -- e na mecânica. O motor, o mesmo do Kadett GSi 16V, levava-o à velocidade máxima de 220 km/h e de 0 a 100 km/h em 8,5 s, desempenho que rivalizava com os melhores do segmento. Como opção à tração dianteira era oferecida a integral para os motores de 2,0 litros, com suspensão traseira independente em vez de eixo de torção.

A versão 2000 16V, mais tarde nomeada GSi, trazia anexos aerodinâmicos e um motor de alto desempenho com 150 cv. Havia até opção de tração integral, importante no inverno europeu

As versões mais comuns eram produzidas também em Luton, Inglaterra, pela Vauxhall, enquanto as de topo saíam sempre da linha de produção da Opel, em Rüsselsheim. A marca inglesa manteve o nome Cavalier de seu antecessor, passando a usar a denominação alemã apenas na segunda geração. Já na Austrália a subsidiária Holden o fabricou como Vectra desde o início. O cupê Calibra (leia boxe) era apresentado em setembro de 1989. Continua

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Data de publicação deste artigo: 16/11/02 - Atualização: 27/6/05

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