Seus concorrentes incluíam marcas de prestígio e os melhores sedãs de fabricantes de menor luxo: os alemães BMW 2000 tilux e mais tarde 525, Mercedes-Benz 230, Opel Commodore GS e Admiral 2800 S e Ford Taunus 20 M RS e 26 M; o francês Citroën DS 21; e os ingleses Jaguar 420 e XJ6 e Rover P6 3500. À exceção do Citroën, no entanto, eram modelos mais conservadores na aparência e na mecânica.

Além do potente motor de dois rotores, o Ro 80 oferecia toda uma mecânica moderna, com
suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas, os dianteiros do tipo interno

Avançado por inteiro   Como se sabe, o motor Wankel utiliza rotores e não pistões. O do sedã da NSU tinha dois rotores de 497 cm³ cada, o que resulta em quase 1,0 litro, mas as normas da FIA (Federação Internacional do Automóvel) duplicam sua cilindrada ao comparar com motores convencionais. Mesmo assim, seu rendimento corresponde ao de um 2,0-litros recente e não de 1967: potência máxima de 115 cv a 5.500 rpm e torque de 15,5 m.kgf a 4.500 rpm, obtidos com dois carburadores Solex. Apesar do peso (1.340 kg) e do porte avantajado, o carro acelerava de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos e chegava à máxima de 180 km/h, desempenho que não faria feio hoje em um carro dessa potência. Com as baixas vibrações do motor, podia ser mantido em alta velocidade sem aparentar esforço.

O Ro 80 era avançado no todo. Seu câmbio era o que pode chamar de semi-automático: uma caixa com conversor de torque (como as automáticas) e que dispensava o pedal de embreagem, mas com mudanças manuais das três marchas em uma alavanca comum. A embreagem era acionada assim que se começasse a operação de mudança. A tração dianteira parece corriqueira hoje, mas equipava poucos modelos de seu tamanho na época. De resto, as quatro rodas contavam com suspensão independente com molas helicoidais. A dianteira era do tipo McPherson e a traseira usava braço semi-arrastado, a mesma solução dos novos BMWs da época — bem superior aos arcaicos semi-eixos oscilantes, presentes no Mercedes Classe S até 1972.

Embora grande e pesado, o carro tinha bom desempenho: de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos, com um motor de 115 cv e câmbio de apenas três marchas

E mais: os freios eram a disco (os dianteiros do tipo interno, montado distante da roda, para menor massa não-suspensa) e dotados de servo e duplo circuito hidráulico, além de regulador de pressão nos traseiros em função da altura de rodagem. A direção de pinhão e cremalheira, tipo também moderno, era assistida e o tanque de combustível ficava em posição bem protegida de impactos, atrás do banco traseiro (como no Chevette). O resultado era um carro muito estável e seguro, que podia acompanhar os melhores sedãs de seu tempo em uma estrada sinuosa. Um dos motes usados em sua publicidade era Vorsprung durch Technik, ou avanço por meio da técnica, em alemão — hoje divulgado pela Audi. Continua

Para ler
NSU Ro 80 – Die Geschichte des Wankelmotors – por Dieter Korp, editora Motorbuch Verlag. Considerado o melhor livro sobre o modelo, vem apenas em alemão. O autor é famoso por artigos em revistas daquele país sobre os motores Wankel e o próprio Ro 80.

NSU Ro 80 Road Test – por R. M. Clarke, editora Brooklands Books. Lançado em edição limitada em 1999, o livro de 92 páginas em inglês traz informações técnicas e testes.

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