O topo da classe

Com cinco gerações em 40 anos, a Classe S reuniu o máximo
que a Mercedes-Benz poderia oferecer em carros de luxo

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A imagem da Mercedes-Benz já esteve ligada a carros esporte de desempenho fabuloso, como o mítico 300 SL "Gull Wing" de 1954 ou a série S/SS/SSK da década de 1930. Já representou uma opção de qualidade e robustez em automóveis médios, como a linha Ponton dos anos 1950. Mas não resta dúvida de que são os grandes modelos de luxo os maiores símbolos da aura de requinte, tecnologia e imponência que cerca a estrela de três pontas — como a Classe S.

Como essa denominação só seria adotada pela marca na década de 1970, não existe uma definição clara de quando a linhagem se iniciou. Mas a maioria dos especialistas considera que foi em 1959, com a estréia da linha identificada como W111/W112 e mais conhecida como Fintail. Como essa geração já foi enfocada pelo BCWS (leia história), começaremos aqui pela série seguinte, a W108/W109, apresentada no Salão de Frankfurt em agosto de 1965.

A geração W108/W109: estilo sóbrio e qualidades mecânicas e de conforto para justificar o prestígio de que a Mercedes já desfrutava na década de 1960

Sem concessões   A década de 1960 marcou uma época de ascensão do prestígio da Mercedes. O carisma da marca e o status de rodar em seus automóveis poderiam ser sintetizados pelo que disse Bill Boddy, editor da revista inglesa Motor Sport, em maio de 1967: "Todos deveriam dirigir um Mercedes no mínimo uma vez por ano, para perceber o quão medíocres em comparação são diversos outros carros".

Iniciada pelos modelos 250 S, SE, 300 S e SE, a nova série não mais fazia concessões à preferência americana por certos exageros de estilo, como nos "rabos de peixe" — ainda que discretos — do Fintail. O desenho elaborado pelo francês Paul Bracq era sóbrio, elegante e clássico, com muito equilíbrio de linhas. A frente tradicional da marca, com a grade em evidência e faróis em linha vertical cobertos por uma lente convexa, harmonizava-se com a traseira baixa, de porta-malas plano e pequenas lanternas horizontais.

No interior requintado, painel revestido em madeira e um imenso volante com aro cromado para acionar a buzina

Um destaque era a grande área envidraçada, em que o pára-brisa crescera 17%. Estava também 60 mm mais baixo e tinha amplos 2,75 metros de distância entre eixos. No interior, elementos Mercedes como o enorme volante, com aro cromado para acionar a buzina, eram mantidos ao lado de um painel elegante revestido em madeira, com instrumentos circulares e um pequeno conta-giros. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 26/6/04

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados