


Talvez um dos melhores desenhos
de Chris Bangle, o M3 mostra belas formas e equilíbrio de proporções,
mesmo na versão de quatro portas


O refletor interno participa
do efeito direcional dos faróis, com xenônio em ambos os fachos; as
rodas de 19 pol usam pneus 265/35 na traseira |
A
divisão Motorsport — ou simplesmente M — da marca bávara BMW parece ter
em seu quadro somente obcecados por desempenho. E isso não é nada mau.
Na geração E30 do Série 3, em 1987, a BMW criou o primeiro M3, carro que
combinava desempenho esportivo e diferenciado a algum conforto e a maior
praticidade que em um cupê de dois lugares. Essa primeira geração tinha
motor de quatro cilindros e 2,3 litros, que rendia a potência de 192 cv
e oferecia notável aceleração para um carro médio (veja
a evolução da série).
Em 2000 o M3 já extraía 343 cv de um seis-cilindros em linha de 3,2
litros. Mas os concorrentes acompanharam as evoluções dos bávaros,
sobretudo Audi e Mercedes-Benz, que lançaram versões bem interessantes
para o A4 e o Classe C, na ordem. A marca de Ingolstadt chegou a 420 cv
com o RS4 de 2005, enquanto a de
Stuttgart, pelas mãos da divisão esportiva AMG, aplicaria 457 cv ao novo
C63 AMG. Para responder a
essas incursões dos concorrentes, a BMW preparava um pacote mais ousado
para o M3 da nova geração E90/E92. Lançado em abril de 2007, o atual
modelo traz um vigoroso motor V8 de 4,0 litros que produz 420 cv e, como
seus antecessores, é um girador nato: pode chegar a 8.400 rpm,
transformando o Série 3 em uma das mais quentes máquinas da categoria.
O desenho dessa geração, feito pela equipe do norte-americano Chris
Bangle, traz alguns aspectos controversos, mas já não recorre a tanta
ousadia quanto nos trabalhos anteriores feitos no
Série 5 e no 7. Na linha 2009
houve leves alterações no desenho de faróis, lanternas traseiras e
para-choques. O M3 foi lançado primeiro com a carroceria cupê, que nesta
geração traz frente e traseira próprias, sem repetir o desenho da
carroceria sedã. Com isso, toda a linha M3 traz a frente inspirada na do
cupê, com grandes entradas de ar no centro e nas laterais do
para-choque, abaixo da grade característica da marca. Ao lado dela estão
faróis autodirecionais com
lâmpadas de xenônio em ambos os fachos.
As luzes de posição em forma circular contornam os refletores e dão um
aspecto sofisticado. Em manobras, o refletor interno do farol para cujo
lado as rodas estão apontando se acende para melhorar a visibilidade.
O capô se destaca não só pelo tamanho, mas pelo ressalto que tem no
centro e as duas pequenas saídas de ar. Se de fora causa a impressão de
força, isso só se reforça ao se sentar no banco do motorista. As linhas
laterais são marcadas por vincos em toda a extensão do carro, como é
característica dos BMWs desenhados por Bangle. Outro traço habitual da
marca, e de longa data, é o pequeno balanço
dianteiro permitido pelas rodas posicionadas bem à frente, o que
contribui tanto para a distribuição de peso entre os eixos quanto para o
aspecto imponente. Atrás das rodas aparecem saídas de ar com um detalhe
cromado que, além de receber o nome da versão, atua como repetidor
lateral das luzes de direção. Os retrovisores próprios do M3 são
aparentemente fixados por duas hastes, mas a superior é apenas estética
e não se liga à carroceria. As maçanetas têm luzes que iluminam o chão
ao redor do carro para a aproximação dos ocupantes.
A parte traseira, com os recentes retoques, ganhou lanternas de contorno
mais retilíneo e com melhor aspecto que as anteriores, criticadas por
lembrar o desenho de carros asiáticos. O M3 traz ainda para-choque
exclusivo, um sutil defletor na tampa do porta-malas e as quatro saídas
de escapamento que demonstram aos que forem ultrapassados de que carro
se trata. O cupê inovou no segmento ao adotar o teto em plástico
reforçado com fibra de carbono, medida para redução do peso (em 5 kg) na
parte mais alta do carro, o que contribui para
centro de gravidade mais baixo. Na
versão sedã, contudo, não há esse recurso. Se não é expressivo, o
coeficiente aerodinâmico (Cx) 0,31 está
apropriado ao tipo de carro, em que tomadas de ar e largos pneus
dificultam alcançar menor resistência.
Continua |