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Quebra de tradições

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Mais que o E63 e o S63 AMG, o novo C63 rompe padrões da
Mercedes em nome da esportividade — e dirigimos os três

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

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Desta vez a Mercedes não foi discreta: o C63 deixa claro ser um carro especial, confirmado pelo som e o vigor do V8 de 6,2 litros e 457 cv

O cenário não poderia ser melhor. Uma ensolarada terça-feira de outono, um bem-projetado autódromo dentro de uma belíssima propriedade — a Fazenda Capuava, em Vinhedo, no interior paulista — e três carros muito especiais para ser experimentados: os Mercedes-Benz Classe C, E e S, todos em versão 63 AMG.

A apresentação aos jornalistas tinha como destaque o C63 AMG, que chega agora ao mercado brasileiro depois de ter sido lançado no Salão de Frankfurt em setembro passado. O carro tem uma característica à parte: representa a quinta versão (não geração, em que é apenas a terceira) da linhagem que inaugurou a cooperação entre a AMG e a Mercedes, em 1993. Era o C36 AMG, dotado de motor de seis cilindros em linha e 280 cv.

Daquele modelo surgiu o C43 (V8 de 306 cv) em 1997. Com a segunda geração da Classe C apareceu, em 2001, o C32 AMG com um V6 dotado de compressor e 354 cv. Três anos depois veio o C55, com um V8 de 5,4 litros e 367 cv. A terceira geração já foi lançada com o atual motor, o V8 de 6,2 litros — são 6.208 cm³, portanto longe do arredondamento para 6,3 feito pela empresa — e 457 cv. A mesma unidade, só que com maior potência, equipa os outros modelos que avaliamos, das linhas E e S.

O C63 é o mais esportivo dos sedãs Mercedes em que a AMG pôs as mãos desde que firmou a citada cooperação. A marca da estrela não fez questão de discrição desta vez: aplicou pára-choques bem diferentes, com amplas tomadas e saídas de ar no dianteiro (para o radiador principal e também os de óleo para motor e transmissão) e um difusor no traseiro; capô exclusivo com dois ressaltos longitudinais, que a fábrica chama de "domos de potência"; pára-lamas com arcos mais pronunciados, faróis e lanternas traseiras escurecidos e um sutil defletor sobre o porta-malas. As quatro saídas de escapamento e as rodas de 18 pol contam à distância o que os logotipos AMG e 6.3 confirmam de perto: este não é um Classe C comum.

No interior, o volante com base achatada e menor diâmetro (365 mm) e os bancos bem esportivos, com encosto de cabeça incorporado e intensos apoios laterais, são o bastante para mudar o ambiente normalmente sóbrio de um Mercedes. Mas há mais elementos únicos do AMG, como as "borboletas" atrás do volante para mudanças manuais de marcha (a caixa automática é a única oferecida, mesmo na Europa) e a grafia do quadro de instrumentos. Aberto o capô, o C63 faz lembrar o conceito dos "carros musculosos" americanos, iniciado em 1964 pelo Pontiac GTO: aplicar ao menor sedã da empresa o maior motor V8 disponível na marca. Neste caso o 6,2-litros é um desenvolvimento próprio da AMG, divisão que tem sede separada em Affalterbach, Alemanha. Continua

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Data de publicação: 4/6/08

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