


Viagens muito velozes são o
objetivo do S63, que convida a dispensar o confortável banco traseiro e
assumir o controle dos 525 cv do motor |
Essa versão sai a US$ 235 mil ou R$ 383 mil, preço também muito atraente
diante dos R$ 537 mil do BMW M5 e
dos R$ 539 mil do Audi S6 sedã.
Neste grupo todos têm quatro portas e alto grau de conforto, mas a
Mercedes permanece em vantagem em potência, pois são 507 cv no BMW e
"apenas" 420 no Audi, apesar dos dois cilindros a mais (ambos são V10).
E quanto ao enorme S63? Mesmo que se trate da versão de menor distância
entre eixos das duas disponíveis, 5,20 metros de comprimento e 2.595 kg de
peso são o bastante para impor respeito, se não para intimidar, quando
se tem pela frente um circuito travado como aquele. Mas o motorista logo
adquire confiança no sedãzão, dotado de rodas de 19 pol e recursos avançados como o
controle de rolagem ABC, que permite mínima inclinação da carroceria em
curvas, acelerações e frenagens.
Impressiona ver tamanha massa contornando curvas tão rápido, enquanto os
apoios laterais dos bancos inflam e desinflam para reter o corpo. Na reta,
levá-lo a quase 200 km/h com o motor cheio é puro êxtase. Dá para se
sentir por alguns segundos numa autobahn alemã, "despachando" o tráfego
como que dizendo "este executivo tem muita pressa". Uma nota: chegando
ao limitador de giros antes de comandar as trocas manuais, os
escapamentos emitem um grave e espaçado bo-bo-bo-bo que é
delicioso de ouvir. Seria mesmo um desperdício seu proprietário passar
todo o tempo no banco traseiro, desfrutando os monitores individuais de
DVD ou o ajuste elétrico dos bancos. Jarbas, não precisa mais vir. Agora
quem dirige sou eu...
Outros requintes técnicos do S63 são o Distronic Plus, controlador de
velocidade ativo que mantém distância segura do carro à frente, e o
Pre-Safe (também presente no E63), que detecta a iminência de uma colisão e prepara o automóvel —
fechando o teto solar e tensionando os cintos, por exemplo. Ao preço de
US$ 302 mil ou R$ 492,2 mil, não tem competidor direto no Brasil, pois a
Audi não traz o S8 (com um V10 de
450 cv) e a BMW ainda não produz um M7. Os mais potentes sedãs desse
porte nas marcas rivais, o A8 e o 760 com motores de 12 cilindros e 6,0
litros, ficam ao redor de 450 cv, mas não são esportivos. Nessa faixa a
Mercedes tem o S 600 L, com o V12 de 5,5 litros, dois
turbos e 517 cv.
Os três sedãs avaliados são apenas uma fração da ampla família AMG, que
conta com 14 opções no mercado nacional — incluindo variações do sedã
CLS, do cupê
CL e do utilitário esporte
ML, além de modelos com motor V12 de
6,0 litros e 612 cv. Esse braço esportivo da Mercedes produziu menos de
20 mil unidades no ano passado, dentro de 1,17 milhão de carros da
marca, e já vendeu por aqui 116 unidades este ano até maio, 34 a mais
que no ano passado inteiro. A julgar pelo que experimentamos em Vinhedo,
seu potencial é para muito mais. |