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O botão "M" aciona as configurações pessoais e há regulagem para o apoio das coxas; o botão de partida não requer inserção da chave no painel

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Impecável na operação e no som, o V8 de 4,0 litros e 420 cv faz ótimo par com a caixa de duas embreagens, sete marchas e 11 programas

Na torre de suspensão dianteira, conexão do controle eletrônico de amortecimento e barra de amarração entre os lados para maior rigidez

Todo o trabalho de acerto de chassi permitiu ao M3 sedã alcançar tempo de volta muito próximo ao do M3 cupê em Nordschleife, o anel norte do circuito alemão de Nürburgring, "pista de testes" usada pela divisão M da BMW e por outras marcas. Recurso opcional é o Electronic Damper Control (EDC) ou controle eletrônico de amortecimento, que altera a carga dos amortecedores para favorecer o conforto ou a estabilidade, conforme a condição do piso e a forma de dirigir. O sistema está previsto também para compensar as tendências de erguer a frente em arrancadas e de afundá-la em frenagens intensas.

Por um botão no console o motorista pode escolher entre os modos esporte, normal e confortável do EDC. Nos dois últimos modos, porém, o sistema mantém o monitoramento das condições de direção e, se estas se tornarem mais ousadas, o modo esporte é ativado mesmo sem intervenção do motorista (outro botão, o Power, deixa o acelerador mais rápido). As rodas opcionais de 19 pol, como as do carro avaliado, são de alumínio forjado, mais leves, e têm desenho exclusivo e de extremo bom gosto. As dianteiras vêm equipadas com pneus Michelin Pilot Sport de medida 245/35 e na traseira eles são 265/35.

Música aos ouvidos   Todo esse pacote não poderia resultar em outra coisa que não um carro que vicia, daqueles de que não se quer sair. Tudo começa com o ronco gutural do V8. Se um oito-cilindros é sempre música aos ouvidos, um que supere 8.000 rpm se torna algo realmente especial. Ainda que o isolamento acústico seja excelente, ouve-se o suficiente dentro da cabine para massagear os ouvidos — e o ego — do motorista. Somado ao ronco de aspiração bem perceptível e ao mais discreto do escapamento, o som forma um conjunto que deixa até o motorista mais equilibrado disposto a burlar as normas de trânsito e da razoabilidade do uso de vias públicas.

Empurrada a pequena alavanca de câmbio para a direita, o câmbio está engrenado no modo automático, em que as trocas são feitas conforme o modo de condução. Se o motorista estiver mais tranquilo, as marchas são passadas rapidamente até a sétima sem que mal se perceba. Com mais vigor, o regime das trocas fica mais alto. Isento de vibrações mesmo nos altos regimes que alcança, o motor não parece vigoroso em baixa rotação: a potência específica de 105 cv por litro com aspiração natural cobra seu preço, apesar da variação do comando de válvulas. Embora a BMW divulgue que 85% do torque máximo estão disponíveis de 2.000 a 6.500 rpm, até a metade do conta-giros ele não "empurra" como esperado de um V8 de 4,0 litros, até porque se trata de um carro pesado, 1.625 kg. A partir de 4.000 rpm, porém, seu ronco — ou melhor, urro — encorpa e o ponteiro do marcador corre toda a escala numa velocidade que impressiona. Talvez os números de aceleração, como 16,7 segundos de 0 a 200 km/h, falem por si (veja abaixo simulação e análise detalhada).

E tudo isso com o carro sempre à mão, desde que não se desative o controle de tração, tarefa só recomendada aos mais habilidosos. Com ele em ação, o motorista sente o soco nas costas, mas percebe exatamente onde estão as rodas e o que acontece a seu redor. A direção, com controle eletrônico de assistência e regressão conforme aumenta a velocidade, e os potentes freios respondem com precisão. O conforto de marcha com a suspensão no ajuste mais suave causa surpresa: não há qualquer indício de que se esteja em um carro tão esportivo, pela ótima absorção de impactos. Nem mesmo a altura livre do solo preocupa nas lombadas de dimensões normais. Continua

Simulação de desempenho
Se não é o mais potente carro a passar pela avaliação completa do Best Cars (perde por 12 cv para o Jeep Grand Cherokee SRT-8), o M3 ainda assim reunia todos os argumentos para ser o mais rápido na simulação de desempenho desenvolvida pelo consultor Iran Cartaxo. E foi o que se confirmou.

A velocidade máxima limitada pela central eletrônica a 250 km/h (por um acordo entre o governo alemão e parte dos fabricantes locais) não mostra todo o potencial deste BMW. Sem a restrição ele chegaria a 279,1 km/h, com o motor a 7.000 rpm em sétima e última marcha ou, se usada a sexta, no exato limite de 8.400 rpm. Uma relação 6% mais longa o levaria ainda mais longe em sétima, mas isso é mera curiosidade. O câmbio calculado para desempenho mostra-se também no regime a 120 km/h (3.000 rpm), alto para um motor V8, embora não para um que pode girar tanto quanto este. O consumo de potência a tal velocidade (29 cv) resulta da boa aerodinâmica, apesar do arrasto dos enormes pneus e da perda inerente à tração traseira.

O que dizer das acelerações? Se 0 a 100 km/h em 5,3 segundos (usando só primeira e segunda marchas) passam tão rápido que não impressionam, pode-se chegar aos 200 em 16,7 s, no limite da quarta, e alcançar a máxima de 250 em 29,6 s em sexta. Fosse a arrancada limitada a um quilômetro de pista, ele terminaria a prova a 233 km/h em quinta no tempo de 23,5 s.

Demonstrações de poder também nas retomadas, em que as provas habituais da simulação produziram resultados espantosos. De 80 a 120 km/h bastam 2,9 s em terceira, mas você pode fazê-lo em sétima, iniciando a apenas 2.000 rpm, e esperar por... 7,6 s. Se estivesse na Alemanha, o M3 não precisaria de mais de 10 s para recuperar de 160 para 200 em uma Autobahn na última marcha e, com a redução para quinta, o faria em 6,2 s. Em todos os casos, considera-se que o câmbio usa apenas a marcha informada.

Depois desse show de desempenho, só não se poderia esperar baixo consumo do M3. De fato, 6,4 km/l no ciclo de estrada (e uma sede bem maior conforme o uso do acelerador) fazem prever altas contas no posto, mas isso não é obstáculo para quem compra um desses carros. Com tanque de 63 litros a autonomia é razoável, 365 km em rodovia com 10% de margem.
 
Dados do fabricante
Velocidade máxima 250 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 4,7 s
Consumo em cidade 5,9 km/l
Consumo em estrada 11,1 km/l
Consumos pelos ciclos e com combustível europeus
Velocidade máxima limitada 250,0 km/h
Regime à vel. máxima limitada (7ª.) 6.250 rpm
Velocidade máxima possível 279,1 km/h
Regime à vel. máxima possível (6ª.) 8.400 rpm
Regime a 120 km/h (7ª.) 3.000 rpm
Potência consumida a 120 km/h 29 cv
Aceleração de 0 a 100 km/h 5,3 s
Aceleração de 0 a 150 km/h 9,5 s
Aceleração de 0 a 200 km/h 16,7 s
Aceleração de 0 a 250 km/h 29,6 s
Aceleração de 0 a 400 m 13,3 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 23,5 s
Retomada 60 a 100 km/h em 2ª. 2,1 s
Retomada 60 a 100 km/h em 3ª. 2,9 s
Retomada 60 a 100 km/h em 4ª. 3,9 s
Retomada 60 a 100 km/h em 5ª. 4,9 s
Retomada 60 a 100 km/h em 6ª. 6,0 s
Retomada 80 a 120 km/h em 3ª. 2,9 s
Retomada 80 a 120 km/h em 4ª. 3,8 s
Retomada 80 a 120 km/h em 5ª. 4,8 s
Retomada 80 a 120 km/h em 6ª. 6,0 s
Retomada 80 a 120 km/h em 7ª. 7,6 s
Retomada 120 a 160 km/h em 5ª. 5,1 s
Retomada 120 a 160 km/h em 6ª. 6,3 s
Retomada 120 a 160 km/h em 7ª. 8,2 s
Retomada 160 a 200 km/h em 5ª. 6,2 s
Retomada 160 a 200 km/h em 6ª. 7,3 s
Retomada 160 a 200 km/h em 7ª. 10,0 s
Consumo em cidade 4,5 km/l
Consumo em estrada 6,4 km/l
Consumo a 60 km/h constantes 7,3 km/l
Consumo a 80 km/h constantes 6,7 km/l
Consumo a 100 km/h constantes 6,2 km/l
Consumo a 120 km/h constantes 6,6 km/l
Autonomia em cidade 253 km
Autonomia em estrada 365 km
Conheça o simulador e os ciclos de consumo
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