Saiba como anunciar

O espiral de Bond

A carreira do discreto AMC Hornet poderia passar despercebida,
não fosse o fantástico salto em um dos filmes do agente 007

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

O modelo inicial do Hornet, em cima, e a versão esportiva SC/360, que somou tomada de ar e rodas largas ao motor V8 de 5,9 litros e 245 cv

O duas-portas de 1974, com grade e pára-choques modificados, e a interessante perua Sportabout, inspirada em um carro-conceito da AMC

Muitos automóveis ficaram mundialmente conhecidos por causa do cinema. O primeiro James Bond, o autor Sean Connery, propagou a marca Aston Martin em todos os cantos do planeta. O segundo a interpretar o papel por mais tempo, o inglês Roger Moore, por meio da série de televisão O Santo tornou o esportivo sueco Volvo P1800 familiar ao grande público. O mesmo ator, anos mais tarde, interpretou o agente 007 no filme O Homem da Pistola de Ouro, de 1974, e fez o compacto americano AMC Hornet conhecido em todo o planeta.

Este automóvel de aparência discreta nasceu em 1970 para substituir a linha Rambler American. Sua fabricação foi em Kenosha, no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos; em Ontário, no Canadá; e também na cidade do México. Com carroceria moderna, estava disposto a concorrer com o Chevrolet Nova da General Motors, o Maverick e o Mercury Comet da Ford e o Dodge Dart/Plymouth Valiant da Chrysler. Estava disponível com duas e quatro portas e tinhas linhas retas com curvas suaves. O desenho era de autoria de Dick Teague. Era mais moderno, um pouco menor e também mais jovial que a concorrência. Media 4,55 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,33 m de altura e 2,74 m de distância entre eixos — maior que o Maverick, por exemplo. Seu peso era de 1.250 kg.

A grade cromada com frisos horizontais cobria toda a frente e parte dos pára-lamas. Inseridos nela estavam faróis circulares, dois menores de longo alcance e luzes direcionais. Abaixo, o pára-choque cromado com protetores. Visto de lado, um fino friso acompanhava a parte debaixo dos pára-lamas e a seção inferior da carroceria. Detalhes como os vidros sem quebra-vento e as maçanetas embutidas faziam diferença. Atrás tinha lanternas horizontais e frisos que seguiam a mesma linha. Seu desenho era agradável e equilibrado. Não tinha exageros costumeiros em carros americanos, mesmo os da própria AMC, como os modelos Pacer e Gremlin. Parecia até um carro europeu.

Por dentro o Hornet era muito simples na versão básica. Caso a alavanca de câmbio fosse na coluna, o banco era inteiriço com desenho simples e revestimento acanhado. O volante de dois raios tinha tamanho adequado e a posição de dirigir era muito boa. O painel era simples, mas correto, e havia um porta-objetos abaixo de todo o painel. A lista de opcionais era imensa: teto revestido em vinil, calotas, ar-condicionado, rádio/toca-fitas, vidros verdes, bancos individuais reclináveis e relógio. Tudo isso, mais pneus com faixa branca, estava no pacote superior SST.

O motor básico era de seis cilindros em linha, com bloco e cabeçote em ferro fundido, cilindrada de 3.802 cm³ (232 pol³), comando de válvulas no bloco e um carburador de corpo duplo. Com potência de 101 cv (valor bruto), a velocidade máxima era de 160 km/h. Havia opção de caixa de três marchas com ou sem overdrive, na coluna de direção ou no assoalho. Neste caso havia um console e os bancos eram separados. A automática Torque-Comand também vinha com três marchas e as mesmas opções de localização. A tração era traseira. Também com seis cilindros havia a opção com 4.228 cm³ e 95 cv, mas os mais interessantes eram os motores V8. O menor era de 304 pol³ (4.982 cm³) e 150 cv, com carburador de corpo duplo e torque de 33,8 m.kgf. A velocidade máxima era de 170 km/h. Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 15/7/08

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade