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O Hatchback, com ampla porta traseira e linhas mais joviais, somava-se à Sportabout em 1973: duas opções práticas para volumes maiores

A grade mudava outra vez em 1975 e, dois anos depois, vinha o AMX Hatchback, com persiana no vidro traseiro e simulação de teto targa

O salto em espiral no filme de James Bond que deu fama ao Hornet

O mais potente V8, com 360 pol³ ou 5.896 cm³, produzia 175 cv e 39,4 m.kgf, para máxima de 197 km/h. Não eram modernos, mas estavam de acordo com a concorrência. Sua suspensão era clássica: na frente era independente com molas helicoidais; atrás, de eixo rígido com feixes de molas. Para os padrões americanos da época, tinha estabilidade muito boa. Logo no primeiro ano a revista americana Motor Trend deu-lhe o título de Carro do Ano.

No ano seguinte a família aumentava com a perua Sportabout, única compacta do mercado, inspirada num estudo feito para o esportivo AMC Javelin. Tinha quatro portas e bom acesso à bagagem, era bonita e prática. Estava longe de ser um utilitário, mas podia receber bagageiro cromado no teto, um pequeno defletor atrás e laterais com imitação de madeira. Por dentro se destacava pelo desenho dos bancos, obra do estilista italiano Aldo Gucci. Misturava listras verdes, vermelhas e fundo bege. Diferente e discreta.

Outra novidade era uma versão especial do cupê, a SC/360. Por fora se distinguia pela tomada de ar sobre o capô, o famoso Ram Air Scoop desenhado pela Rockwell Corporation. Ainda usava grade preta, luzes de direção em cor âmbar, faixa lateral branca na linha superior da carroceria com a inscrição SC/360 e rodas de alumínio com pneus mais largos. Renascia o espírito do Rambler Rogue SC/360. A propaganda anunciava “músculos para a grande massa”, pois o preço competitivo era de 2.663 dólares.

O motor V8 contava com 245 cv, 39,1 m.kgf e dois carburadores duplos na versão básica. A mais vigorosa passava a 285 cv com um carburador de corpo quádruplo. A suspensão era mais firme, o câmbio manual de quatro marchas tinha comando da marca Hurst e o automático de três marchas era o Borg-Warner Shift-Command. Para maior tração tinha um diferencial Dana Twin-Grip. Os dois canos de escapamento na traseira avisavam que não estava para brincadeiras. Na arrancada, os pneus D70-14 Polyglas calçados em rodas Magnum 500 agarravam o asfalto. Os freios a disco dianteiros tinham maior diâmetro.

Fazia de 0 a 96 km/h em 6,7 segundos e completava o quarto-de-milha em 14,9 segundos. Enfrentava com galhardia o Ford Mustang Boss, o Chevrolet Camaro Z28, o Plymouth Cuda 340 e até o irmão Javelin SST. Por dentro exibia instrumentação completa, que incluía conta-giros ao centro e amperímetro. O volante de três raios metálicos tinha desenho esportivo e, como os outros, o SC podia receber vidros com acionamento elétrico, ar-condicionado, rádio/toca-fitas e bancos com encosto de cabeça.

Em 1973 era lançada mais uma versão, o Hatchback. Muito bonito, uma de suas vantagens era a grande abertura da tampa traseira, que incluía o vidro. A capacidade de carga variava entre 269 e 651 litros, caso o banco de trás fosse rebaixado. Um carro prático e atraente, com estilo descontraído. No mesmo ano a frente de todos os Hornets mudava: os faróis circulares ganhavam moldura e a grade tinha desenho curvo e frisos verticais. Também recebia novos pára-choques para suportar impactos de até 8 km/h sem danos, exigências das novas leis de segurança dos EUA.

Tanto o Hatchback quanto o Sportabout agora ofereciam o pacote “X”. Vinham equipados com rodas de alumínio de 14 pol, caixa automática de três marchas no assoalho, discos dianteiros de maior diâmetro, direção mais rápida e bancos separados reclináveis. Para todos estava disponível o padrão descontraído da marca jeans Levi’s para os bancos. Com o método líquido de medição de potência, os motores pareciam mais fracos. Eram oferecidos os seis-cilindros 232 e 258, com 100 e 110 cv, na ordem, e os V8 304 e 360, com 150 e 175 cv. Em 1974 um interessante projeto estava por nascer: um picape com a mesma frente do restante da linha. Se já existiam o Chevrolet El Camino e o Ford Ranchero, por que não o AMC Hornet Cow-boy? Mas pelo alto custo da renovação da linha Matador, modelo superior da empresa, o Cow-boy não passou de protótipo. Certamente seria um sucesso, já que a das outras marcas eram muito maiores e os similares japoneses já estavam fazendo sucesso no país.

A maior novidade de 1975 estava no capô e nos pára-lamas modificados, além da grade dianteira com novo desenho. No ano seguinte chegavam sérios concorrentes para o Sportabout — o Dodge Aspen e o Plymouth Volare. Em 1977 o Hatchback recebia o pacote AMX: pára-lamas com alargadores, persianas no vidro traseiro, defletores na frente e atrás, pára-choques na cor da carroceria e coluna central cromada insinuando um teto tipo targa. O novo visual dividia opiniões. Recebia ainda pneus DR78-14 com rodas de alumínio. Era a despedida do compacto de sucesso. No mesmo ano nascia sedã Concord e era encerrada a produção do Hornet.

Na tela
O Hornet ficou mundialmente conhecido no filme de 007. Numa cena, sua parceira Mary Goodnight (Britt Ekland) fica presa, com as chaves do Mercedes-Benz usado por ambos nas investigações, dentro do porta-malas do carro do malfeitor Saramanga, o homem da pistola de ouro (Christopher Lee). Ela é seqüestrada. Sem recursos, James Bond, diante de uma concessionária AMC em Bangkok, na Tailândia, entra em um Hornet Hatchback V8 360 vermelho.

A seu lado está o Xerife J.W. Pepper (Clifton James). Bond dá a partida e sai em disparada, quebrando os vidros da loja. Começa a perseguição pelas ruas e o agente britânico está atrás de Saramanga, que dirige um AMC Matador.
Tudo foi muito bem filmado. Num determinado momento, Saramanga, mais esperto e conhecedor do local, está do outro lado de um canal e 007 perderia muito tempo em contorná-lo. Vê-se diante de uma ponte quebrada ao meio, que tem uma subida inclinada. Dá uma ré forte no Hornet, engata a primeira e pisa fundo. O salto em espiral é perfeito.

Tudo foi calculado por computador na Universidade de Cornell, da Califórnia, para que a cena fosse impecável. O dublê Loren Willert estava num assento entre os bancos da frente — nestes estavam bonecos.

O Hornet ficou imortalizado nesta cena.

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