Compacto e musculoso

O Plymouth Barracuda precedeu o Mustang e esbanjou
desempenho, mas sucumbiu como outros de sua espécie

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Os homens da indústria automobilística sempre gostaram de denominar marcas e modelos com nomes de animais poderosos, rápidos e bonitos. A tradicional britânica Jaguar é um caso típico, a italiana De Tomaso fez o Pantera e o Mangusta, no Brasil existiu o saudoso Puma e a maioria dos Lamborghinis tem nome de touros. Mas é nos Estados Unidos que mais se usaram nomes de elegantes felinos, cavalos rápidos e peixes temidos ou velozes. Na Ford há como exemplos o Mustang e o Mercury Cougar; na AMC, o Marlin; a terceira geração do Corvette foi baseada no carro-conceito Mako Shark, nome de um tubarão temível.

E na Chrysler, com base no pacato sedã Plymouth Valiant, nasceu um esportivo marcante de nome Barracuda. Trata-se de um peixe alongado e fino que pode medir até dois metros de comprimento e pesar 50 kg. Sua boca grande e pontuda, desproporcional em relação ao corpo, tem dentes muito afiados. No começo do projeto os executivos da Chrysler quiseram batizá-lo de Panda, mas graças à equipe de desenhistas este nome não foi adotado.

O destaque visual do Barracuda era a traseira inclinada, fastback, com vidro envolvente

O lançamento do novo Plymouth se deu em 1964, pouco antes de um de seus rivais: o Mustang. A Ford tinha certeza de que estava lançando um novo estilo, que ficaria conhecido em terras americanas como o dos pony-cars ou carros-pônei, mas a Chrysler se adiantou e lançou o Barracuda, que tinha dimensões compactas para os padrões locais. Era um cupê fastback com ótima área envidraçada e imenso vidro traseiro. Media 4,78 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 1,36 m de altura e 2,69 m de entreeixos. Seu peso era de 1.305 kg. Usava a mesma plataforma do Dodge Dart e do Valiant, chamada de A-body.

O novo produto da Chrysler era produzido em Hamtramck, no estado de Michigan, e em Windsor, na província de Ontário, no Canadá. A frente tinha quatro faróis circulares, sendo que os dois menores estavam inseridos na grade horizontal, dividida por outra em forma de trapézio invertido que era da mesma cor da carroceria. Um acabamento de gosto discutível. Visto de frente não havia como diferenciá-lo do Valiant. O cupê não era dos mais modernos, mas não fazia figura feia. Visto de lado era diferente por causa do vidro traseiro envolvente, que descia para as laterais e encontrava as colunas centrais. Atrás tinha discretas lanternas verticais e pára-choque cromado como o dianteiro.

A plataforma do Valiant e do Dart serviu a um cupê fastback com dois motores de 2,8 litros

Por dentro acomodava bem cinco pessoas. Na frente havia bancos separados e atrás o encosto se rebatia. Com isso a capacidade do porta-malas, que já era boa, ficava muito maior. Os surfistas dos anos 60 adoraram. O painel simples trazia à esquerda o velocímetro e à direita os mostradores de nível do tanque, temperatura do motor e voltímetro. O conjunto ficava numa moldura metálica cromada e tinha acabamento um pouco rústico. Mas a gama de acessórios opcionais era extensa, como no concorrente da Ford: podia receber volante esportivo com aro imitando madeira, alavanca de câmbio no assoalho da marca Hurst, calotas esportivas, bancos em várias cores e rádio transistorizado. Continua

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Data de publicação: 13/10/07

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