O primo mais luxuoso

Com nome de felino, o Mercury Cougar agradou aos que
queriam um cupê mais requintado que o Ford Mustang

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Em 1939 era criada pela Ford americana uma nova marca, a Mercury. Os preços e acabamentos dos automóveis viriam se situar entre seus modelos básicos e aqueles da luxuosa Lincoln. O objetivo era concorrer com produtos da grande rival General Motors: a Mercury atacaria as divisões Buick, Pontiac e Oldsmobile — e também modelos da Chrysler, tanto os da divisão Dodge quanto os da Plymouth.

Foi na década de 1960 que os americanos começaram a ser interessar pelos cupês de pequenas dimensões (para o padrão local, é claro) e bom desempenho, os pony-cars. Nasciam quase ao mesmo tempo, em 1964, o Plymouth Barracuda da Chrysler e o Mustang da Ford, que desde o lançamento foi um sucesso estrondoso. E a Mercury também se interessou por este nicho de mercado, passando a desenvolver um cupê sobre a plataforma do Mustang (alongada em 76 mm), que se tornaria o Cougar, puma em inglês. Uma ampla campanha de divulgação precedeu o lançamento, com artigos como hambúrgueres e vinhos personalizados com seu nome. A medida mais inusitada, porém, foi a projeção luminosa de um enorme logotipo, incluindo o desenho do felino, no prédio central da General Motors, em Detroit.

O emblema do puma dava mais classe ao elegante cupê, lançado em 1966, que usava a plataforma do Mustang alongada

Para apresentar o irmão mais luxuoso do modelo da Ford, a corporação escolheu o charmoso Salão de Paris, em setembro de 1966. Tratava-se de um cupê com frente longa e retilínea, grandes portas, sem coluna central, vidro lateral posterior mínimo e traseira curta. As linhas eram bem angulosas, conforme o modismo da época. Detalhe muito bonito era a grade de frisos verticais — chamada por alguns de barbeador elétrico... —, que encobria os quatro faróis circulares. Essa parte era retrátil, como se veria um ano depois no Camaro da Chevrolet, outro rival de peso. A grade era dividida ao centro pela continuação do capô e nela estava o emblema da marca, o deus Mercúrio. No canto direito, sobre o farol escondido, ficava o emblema retangular com a esfinge do felino.

A traseira seguia o mesmo estilo: toda sua extensão era ocupada pelas lanternas, com frisos também verticais. As luzes de direção, retangulares e finas, ficavam nas extremidades. Os pára-choques dianteiro e traseiro tinham estilo semelhante e os cantos contornavam os pára-lamas. Era um cupê de classe, muito elegante. Na propaganda da Ford, a divisão Lincoln-Mercury referia-se às linhas de inspiração européia. O Cougar era quase um cupê 2+2, pois não acomodava bem dois adultos atrás. A carroceria seguia o estilo hardtop, mas não havia a opção conversível, comum nos concorrentes.


Precedido por uma divulgação ousada, que incluiu uma projeção luminosa no prédio da GM em Detroit (acima), o Cougar trazia interior luxuoso e confortável

Disponível nas versões básica, GT e XR-7, oferecia vários equipamentos de série que, em outros carros, eram opcionais: bancos dianteiros separados e reclináveis, duplo circuito de freios, rodas raiadas, faróis auxiliares de longo alcance — cujo desenho era o mesmo das luzes de ré, posicionadas abaixo do pára-choque traseiro. Como opcionais tinha ar-condicionado, pneus com faixa branca, teto solar, cobertura de vinil no teto e vidros verdes. O XR-7, mais luxuoso, incluía volante com aro de madeira, revestimento dos bancos em couro e vinil e instrumentos específicos em um painel que simulava madeira. Continua

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Data de publicação: 26/11/05

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