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O dardo americano

Com estilo imponente e potentes V8, o AMC Javelin foi
uma resposta aos pony-cars Mustang e Camaro

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Na segunda metade da década de 60, dois carros faziam muito sucesso entre a população americana: o Mustang da Ford e o Camaro da General Motors, as duas maiores fábricas dos Estados Unidos. Os pony-cars, como ficaram conhecidos, atingiam várias classes sociais e todas as idades, com seu apelo jovem e esportivo. Acomodavam bem dois adultos na frente, mediam aproximadamente 4,8 metros de comprimento e tinham carroceria estilos fastback ou hardtop.

Quarta grande marca americana, a American Motors Corporation (AMC) nasceu da fusão da Hudson e da Nash em 1954. A elas também pertencia a marca Rambler. Os modelos Nash Ambassador e Hudson Hornet usavam motor Packard V8. A empresa fabricava carros grandes, diferentes em estilo e mecânica, mas não chegava a ameaçar o Chevrolet Impala, o Ford Fairlane ou o Dodge Dart da época.

A versão SST, no alto, marcou a estréia do motor V8 de 390 pol3 e 315 cv brutos. Podia acelerar de 0 a 100 em 6,9 s: um legítimo "musculoso"

Em setembro de 1967, para competir com os pony-cars das duas grandes, era lançado o AMC Javelin -- nome que em inglês significa dardo. A diferença em comprimento para os concorrentes era de centímetros, embora parecesse, pelo estilo, um pouco menor. A frente era longa e a traseira curta; tinha duas portas e vidro lateral traseiro bem pequeno. E não havia coluna central.

Na frente, dois faróis redondos numa moldura quadrada e abaixo, no pára-choque, dois menores embutidos. A grade era dividida ao meio por um friso. O radiador estava recuado e o desenho da grade dava um toque diferente. Era um carro bonito, atraente e discreto. Podia ser equipado com teto de vinil, calotas esportivas e pneus de faixa branca. O pneu Red Line F70 14 fazia sucesso entre os americanos. Os opcionais eram muitos: cada um podia "decorar" o carro a seu gosto.

O motor básico era um seis-cilindros de 3,8 litros e 145 cv brutos, com câmbio de três marchas manual ou mecânico. Depois viria um oito-cilindros em V de 5.620 cm3, que rendia 280 cv -- o 343, sua cilindrada em polegadas cúbicas. Utilizava carburador Carter de corpo quádruplo e taxa de compressão alta, 10:1. Claro, a tração era traseira.

Sucesso nas pistas: o piloto Mark Donohue (em primeiro plano), patrocinado pela Sunoco, foi fiel à AMC por longo tempo no campeonato americano Trans Am

O V8 dispunha também de um câmbio manual de quatro marchas. Como mandava a moda, a alavanca era cromada, alta e por isso tinha curso longo. Seus engates deixavam bastante a desejar. Em todos os modelos os bancos dianteiros eram individuais. Havia grande número de acessórios internos e o cliente tinha livre escolha, qualquer que fosse o acabamento ou a motorização.

O mais potente Javelin fazia de 0 a 100 km/h em 7,9 s e cobria os 400 metros (quarto de milha) em 15,8 s. Sua velocidade final estava por volta dos 175 km/h. Era estável e neutro em curvas, comparado aos concorrentes, devido à boa suspensão e divisão de peso. O comportamento era comparado a carros europeus. Nas propagandas veiculadas em revistas da época, o futuro cliente era chamado para fazer um test-drag, associando seu desempenho ao dos famosos dragsters, carros de arrancada.

A versão SST era a topo de linha e a mais potente. Em 1968, além dos dois concorrentes mais famosos, ainda havia o Plymouth Barracuda, da Chrysler, e o Pontiac Firebird, também da GM. Mas uma das vantagens do Javelin SST era ser um dos mais baratos. O V8 desta versão esportiva dispunha de 315 cv, extraídos de 6.390 cm3 (390 pol3). Fazia de 0 a 100 km/h em 6,9 s, cobria o quarto de milha em 15,2 s e sua velocidade máxima era de 190 km/h. Continua

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Data de publicação deste artigo: 22/1/02

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