Na onda compacta

O Rambler American começou ultrapassado, mas
ganhou atrativos e fez bonito com a versão Rogue

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Desde o começo do século 20, pode-se notar que os carros americanos, à exceção de populares como os Fords Modelo A e Modelo T e seus concorrentes, sempre foram muito maiores que os europeus. Não fossem por marcas como Rolls-Royce, Bugatti, Maybach e Mercedes-Benz, os Estados Unidos sempre venceriam no quesito tamanho de carroceria.

Na década de 1940, os Cadillacs como o Fleetwood e seus concorrentes — caso do Lincoln Continental e os Packards — já possuíam dimensões avantajadas. Em 1947 a Studebaker, com a linha Champion/Commander, já anunciava uma nova tendência: eram menores que a maioria dos concorrentes. Uma das primeiras tentativas de mudança, por causa da invasão de importados, foi o lançamento do Nash Metropolitan, já nos anos 50. Em 1959 veio o Studebaker Lark, um dos primeiros compactos americanos.

O modelo inicial, de 1958: linhas arredondadas que refletiam tendências superadas

Na década de 1960, Ford Falcon e Chevrolet Corvair conquistaram clientes que apreciavam conforto, mas não abriam mão de um carro econômico e ao mesmo tempo barato para os padrões locais. Uma empresa que investiu forte neste setor e sempre foi especialista em modelos de tamanho modesto foi a Rambler, parte do grupo American Motors, que reunia também as marcas Nash, Hudson, Studebaker e Packard.

Foi em 1958 que esta divisão da AMC lançou a linha American. Tratava-se de um sedã de três volumes com formas arredondadas, já um tanto ultrapassadas. Seu estilo estava mais para o final da década de 1940 do que para a de 1950. Estava disponível em carrocerias de duas portas, quatro portas e também perua de três portas, sendo a traseira dividida (parte para cima, parte para baixo). Esta tentava ser uma opção mais em conta à Chevrolet Nomad.

A perua de três portas, que buscava ser opção mais barata à Nomad da Chevrolet, usava o mesmo motor de seis cilindros e 3,2 litros do sedã

Por dentro o American era um carro simples. No painel de metal havia só um mostrador circular que incluía velocímetro, temperatura do motor e nível do tanque. A alavanca do câmbio automático vinha na coluna de direção e, como acessório, trazia rádio AM. Os bancos inteiriços eram confortáveis para cinco pessoas, mas não para seis. Em termos mecânicos era tradicional, com motor de seis cilindros em linha, cilindrada de 3.211 cm³ e tração traseira. A estrutura era monobloco, que à época conquistava mais adeptos entre os fabricantes.

Eram produzidos na cidade de Kenosha, no estado americano do Wisconsin, e também em Brampton, na província de Ontário, no Canadá. Até 1960 seu sucesso foi tímido. Para o ano seguinte, a carroceria sofria uma mudança radical. Estava bem mais moderna, com linhas retas e angulosas. Na frente exibia grade cromada com formato de trapézio invertido e faróis circulares. Visto de perfil tinha uma linha descendente, com discretos “rabos de peixe”. Continua

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Data de publicação: 25/9/07

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