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O carro do presidente

Com o assassinato de Kennedy ganhava fama o Lincoln
Continental, símbolo do luxo americano desde 1955

Texto: Rodrigo Fonseca - Edição: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Nos anos 60 os Estados Unidos passavam por um período de transformações. O otimismo excessivo dos anos 50 dava lugar a uma desconfiança com relação ao sistema e ao futuro. Apesar dos problemas, o país continuava a crescer -- e depositava suas esperanças em um jovem presidente, eleito pelo partido democrata depois de um difícil pleito contra o republicano Nixon.

O primeiro Continental, em 1940, era apenas um cupê derivado do Lincoln Zephyr, mas no ano seguinte já passava a um modelo independente

J. F. Kennedy representava as expectativas da nação para mudanças, mas o sonho foi tragicamente interrompido em 22 de novembro de 1963 em Dallas, Texas. O presidente foi assassinado enquanto desfilava em carro aberto em meio à multidão. Na tragédia, um automóvel ficou famoso: o Lincoln Continental 61 que Kennedy usava naquele dia. O mundo assistiu atônito ao tiro que o matou e viu quando sua esposa deu a mão a um dos seguranças, para que subisse ao carro para proteger o presidente.

Embora o Continental tenha entrado para a história de forma trágica, sua trajetória começa bem antes. O próprio carro que servia a Kennedy no dia de seu assassinato ainda serviu às administrações Johnson e Nixon e hoje se encontra no Henry Ford Museum, o museu do grupo Ford.

A trajetória do Continental começou em 1940, quando a Ford apresentava um cupê baseado no Lincoln Zephyr e com linhas inspiradas nos carros europeus. O carro fez grande sucesso e no ano seguinte passou a ser um modelo independente. Esses primeiros modelos eram equipados com o pouco confiável motor V12 da Lincoln, de 5,0 litros de cilindrada.

Em 1955 a Ford lançava no Salão de Paris o Mark II, primeiro Continental do pós-guerra, com um desenho esguio e elegante e motor V8 de 6,0 litros

Com a produção interrompida durante a Segunda Guerra Mundial, um novo Continental só foi apresentado em 1955, no Salão de Paris. Projeto pessoal de William Ford, o novo Continental -- chamado de Mark II, ou segundo modelo, inaugurando uma denominação que o acompanharia para sempre -- era oferecido apenas na versão cupê e tinha um belo desenho, de linhas esguias, sem os exageros típicos daquela década. Seu objetivo era enfrentar o bem-sucedido Cadillac Eldorado.

O automóvel logo se tornou sinônimo de luxo e ostentação. Era o carro das estrelas -- até Elvis Presley experimentou um, como alternativa a seus tradicionais Cadillacs. Tudo era extremamente caprichado, desde a parte externa -- onde o símbolo que adornava o capô custava mais do que uma grade inteira dos outros carros da Ford -- até o refinado interior, com bancos de couro de altíssima qualidade e ajuste elétrico, aquecimento e luzes de leitura entre os itens de série.

Em 1961 o modelo renascia para se tornar sucesso. Vinha com portas traseiras "suicidas",
vidros elétricos, travas automáticas e, no conversível, comando elétrico da capota

Oferecia um enorme motor V8 de 368 polegadas cúbicas, cerca de 6,0 litros, que gerava 285 cv brutos. O desempenho era bastante satisfatório, atingindo 185 km/h e fazendo de 0 a 60 milhas por hora (96 km/h) em 12 s. Embora o carro fosse muito admirado, suas vendas não eram altas. Apesar do preço elevado, cerca de US$ 10 mil, o custo de produção era alto e a divisão tinha prejuízos. Continua

Nas telas

No filme JFK, estrelado por Kevin Costner, o Continental presidencial (foto) aparece na cena trágica em que o presidente Kennedy é assassinado. Num seriado da década de 70, o simpático detetive americano gordo e com bigode, de nome Canon, partia para a investigação a bordo de um enorme cupê Mark IV 1971.

por Francis Castaings 

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