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Um americano light

Compacto e econômico em uma época de carros enormes,
o Ford Falcon fez sucesso nas Américas do Norte e do Sul

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Nas décadas de 50 e 60 os carros americanos cresciam em tamanho e potência. Praticamente só esportivos, entre os fabricados no país, tinham menos que cinco metros de comprimento. Os outros eram verdadeiras banheiras. No final de 1959 era lançado, pela empresa sediada em Dearborn, o Ford Falcon, modelo que rompia essa tendência.

O Ford de "tamanho novo": o primeiro Falcon, em 1960, com sua frente de linhas tímidas. Dois anos depois já estava mais atraente (foto acima)

Em 1957, na fase de projeto, os desenhos apresentados exibiam descendências com o fatídico Edsel na parte frontal e enormes "rabos de peixe" na traseira. Mas o bom-senso venceu e tal herança não chegou ao automóvel na época do lançamento. Ele era mais voltado ao estilo equilibrado europeu do que à extravagância americana. Oferecia uma gama completa de carrocerias: sedãs de duas ("Tudor") e quatro portas ("Fordor"), cupê, peruas de três e cinco portas e picape. Este último, batizado de Ranchero, logo teria concorrência no El Camino da arqui-rival General Motors. Antes era feito sobre a base do Fairlane, maior que o Falcon. 

Como a maioria dos carros fabricados na América do Norte, o primeiro "sedã compacto" dos tempos modernos da Ford Motor Co. tinha à disposição uma ampla gama de motores. O mais modesto era um seis-cilindros em linha de 2.786 cm3, com potência (bruta, como todas as indicadas neste artigo) de 106 cv a 4.400 rpm. Pelo fato de pesar 1.200 kg, não era veloz: atingia 145 km/h e chegava a 100 km/h em 16 s. Desempenho apenas satisfatório para um veículo destinado ao uso familiar, de 4,86 metros e capaz de transportar seis pessoas.


As lanternas redondas apareciam também na perua, disponível com três ou cinco portas. Acima, um famoso personagem usado na publicidade do Falcon por anos

A próxima opção, com o mesmo número de cilindros, era pouco mais potente (122 cv) e obtinha velocidade máxima um pouco maior. Em ambos o consumo estava por volta dos 7,5 km/l. A capacidade do tanque era de 61 litros. O cliente tinha ainda a opção de um motor V8 de 4.736 cm3 (289 pol3) e 203 cv, que melhorava muito o desempenho geral. Chegava a 175 km/h.

A transmissão tinha a opção de caixa de três marchas manual ou a automática Cruise-O-Matic. Em ambas a alavanca ficava na coluna de direção. Sua tração, como em quase todos os modelos do país na época, era traseira. A estrutura era monobloco, a suspensão dianteira independente usava molas helicoidais, e a traseira, eixo rígido e molas semi-elíticas. Havia opção de pneus 6,95-14 ou 7,35-14.

O picape Ranchero foi o primeiro dos EUA com plataforma e parte da carroceria compartilhadas com um automóvel. Ao fundo, o Falcon Sedan Delivery, um furgão com base na perua

Suas linhas eram simples e harmoniosas, mas não faziam dele um automóvel bonito. Tanto a frente quanto a traseira tinham perfil em curva. O acesso ao interior era facilitado pelas portas de bom tamanho. O painel era simples e continha o básico. A perua era equilibrada, mas o mesmo não se poderia dizer do picape Ranchero. Existia também o Sedan Delivery, uma perua com a parte traseira fechada para transporte de carga. Continua

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Data de publicação deste artigo: 24/9/02

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