Um italiano de longa vida

O Fiat 1100 ficou no mercado europeu de 1953 a 1969,
mas teve continuidade por três décadas na Índia

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Lançado em 1937, o primeiro Fiat 1100 era uma evolução do Balilla, com estilo típico de sua época: linhas arredondadas, capô alto, pára-lamas salientes, traseira em suave declínio. De início identificado pelo código do projeto — 508C —, logo se tornou conhecido pela pronúncia italiana do número 1100 (millecento), que indicava a cilindrada do motor. De quatro cilindros em linha e 1.089 cm³, com comando de válvulas no bloco e válvulas no cabeçote, a unidade fornecia a potência de 28 cv.

As séries 1100 B (lançada ainda antes da Segunda Guerra Mundial), e E (depois do conflito, em 1949) trouxeram evoluções sutis e mudanças de estilo. Embora simples, o carro era espaçoso e robusto, atributos que lhe garantiram boa aceitação no serviço de táxi e até como base para ambulâncias. Versões furgão e caminhão leve, os chamados 1100 ELR, também foram produzidas, assim como uma variação francesa chamada Simca 8. Na virada para a década de 1950, no entanto, o antigo modelo já não era competitivo diante da modernização dos concorrentes dentro e fora da Itália.

Produzido desde antes da Segunda Guerra, o primeiro 1100 era uma evolução do Balilla, com linhas típicas dos anos 30 e motor de 1,1 litro e 28 cv

Em abril de 1953 a Fiat apresentava um novo "milecento", o de projeto 103. O sedã de quatro portas era um carro todo reformulado, com estrutura monobloco e linhas contemporâneas. Os pára-lamas estavam integrados ao conjunto, os faróis vinham em destaque ao lado da ampla grade e, na traseira, o porta-malas era saliente. As portas dianteiras abriam-se para trás. Media 4,02 metros de comprimento, 1,48 m de largura, 1,47 m de altura e 2,42 m de distância entre eixos e pesava 890 kg.

Durante os anos 50, seus principais concorrentes foram os alemães Volkswagen (nosso Fusca) e o NSU Prinz, os franceses Renault Dauphine e Peugeot 403, os ingleses Ford Anglia/Prefect e Morris Minor e o checo Skoda 440. O interior acomodava até seis pessoas, apesar da limitação em largura, pois o banco dianteiro era inteiriço e a alavanca de câmbio vinha na coluna de direção. Estavam disponíveis duas versões de acabamento, tipo A e tipo B, esta mais luxuosa e com ampla escolha de cores — a mais simples vinha só em cinza.

Com o novo "millecento" a Fiat estava pronta para os anos 50: estrutura monobloco, linhas mais atuais (notem-se as portas abertas em sentidos opostos), potência de 36 cv

O motor de 1.089 cm³ era herdado do 1100 anterior. A potência de 36 cv a 4.400 rpm e o torque máximo de 6,9 m.kgf a 2.500 rpm permitiam desempenho satisfatório para sua proposta, com velocidade final de 110 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h ao redor de 32 segundos. Câmbio de quatro marchas, tração traseira e freios a tambor com comando hidráulico não constituíam novidade, mas havia um subchassi na frente sobre o qual eram aplicados motor, câmbio e suspensão. Esta era independente na dianteira e por eixo rígido na traseira com feixe de molas semi-elíticas. Continua

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Data de publicação: 28/8/07

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