Os altos vôos da águia

Tração integral e suspensão elevada em sedãs, peruas e
cupês: a inovação do AMC Eagle, seguida por várias marcas

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Os primeiros carros com tração nas quatro rodas vendidos para o público começaram a fazer sucesso na década de 1950. Alguns eram baseados em modelos usados para fins militares, tais como o Jeep, seu derivado Willys Station Wagon (que deu origem a nossa Rural) e o famoso britânico Land Rover. Na França havia o Renault Colorale, derivado de uma perua comum; na Itália o pouco conhecido Alfa Romeo AR Matta, e na Alemanha, o DKW Munga, que foi fabricado aqui como Candango. Nos anos 60 a americana International fez o Scout, um valente utilitário.

A eterna quarta colocada em vendas nos Estados Unidos, a AMC (American Motors Company), nasceu da união da Hudson e da Nash em 1954 e sempre se destacou por automóveis diferentes, originais e por vezes muito curiosos. Um deles era o Nash Metropolitan. Na década de 1960 o Rambler Marlin destacava-se pelo desenho original. Pouco depois entrava em cena o AMC Javelin, que fazia frente ao Ford Mustang e ao Chevrolet Camaro. Nos anos 70 produzia o pouco convencional Gremlin e o nada ortodoxo Pacer. Faziam parte da linha ainda o Hornet e o Matador.

O sedã tinha o aspecto mais estranho, parecendo uma adaptação fora do fabricante; a perua, acima, combinava mais com o ar robusto e a grande altura de rodagem

Dando continuidade ao inconformismo, nascia em 1979 o AMC Eagle (águia em inglês). Baseado na carroceria do sedã Concord lançado em 1977, que substituía o Matador, era um automóvel com tração permanente nas quatro rodas para ser utilizado com conforto na cidade, na estrada, no campo, na lama, na neve... em qualquer lugar. Tinha a comodidade e a aparência de um carro normal associadas a uma interessante capacidade fora-de-estrada. Os elementos externos que denunciavam esse peculiaridade eram a avantajada altura do solo, as molduras nas caixas de roda e os aros de 15 pol.

A versão sedã de quatro portas tinha 4,74 metros de comprimento e 2,77 m entre eixos. Na frente estavam quatro pequenos faróis retangulares, a grade preta com frisos horizontais e grande pára-choque cromado. A coluna traseira era muito estreita, dando-lhe ótima visibilidade. Havia também um cupê. A perua de cinco portas, com dois centímetros a mais, tinha estilo mais adequado à proposta — e sempre foi a mais vendida. Com boa visibilidade e ampla abertura da porta traseira, oferecia um espaçoso compartimento de bagagem. O peso da família ficava entre 1.520 e 1.540 kg.

Disponível também como cupê de três volumes, o Eagle usava uma tração semelhante
à do Jeep Cherokee, em que o diferencial central permitia seu uso mesmo no asfalto

A decoração externa podia variar ao gosto do cliente. Os pára-lamas mais salientes eram oferecidos em várias cores, mas a preta ganhava a preferência. Longe de ser expoente em beleza, a linha Eagle era interessante e diferente. Por dentro oferecia uma decoração comum e ao gosto americano. O painel com apliques que imitavam madeira tinha formato retangular, assim como a instrumentação, e o volante de bom tamanho e desenho discreto tinha três raios. As opções de acabamento eram básico, Sport e Limited. Continua

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Data de publicação: 22/8/06

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