Em relação ao sedã 1400 o peso subia pouco, para 1.180 kg, e havia outra novidade para o motorista: um câmbio de cinco marchas com embreagem semi-automática, que não precisava ser usada nas saídas. Dotado de acabamento e desempenho superiores, o 1900 posicionava-se em um segmento mais prestigiado no mercado, ao lado dos alemães Mercedes-Benz 180/190 Ponton (o mais famoso carro com esse estilo arredondado, a ponto de ter sido apelidado assim) e Opel Rekord, dos franceses Renault Frégate e Peugeot 403, do sueco Volvo Amazon e do inglês Ford Corsair.

O 1900 Gran Luce: amplas janelas sem coluna central e vidro traseiro envolvente na versão cupê da linha, que usava o mesmo motor de 58 cv

Em 1953 era adicionada ao 1400 uma versão a diesel, a primeira em um carro de passageiros da Fiat. O motor de 1.888 cm³, com 40 cv e torque de 9,8 m.kgf era o mesmo usado no jipe Campagnola e no furgão 615 N. Trazia desempenho um tanto modesto — máxima de 100 km/h — e alto nível de ruído, mas com muita economia e robustez. O nome do modelo era mantido, apesar da maior cilindrada, de forma a evitar confusão com o 1900 a gasolina.

Um ano depois, no Salão de Turim, chegavam o 1400 A e o 1900 A, com mudanças de estilo: grade maior com menos frisos, lanternas traseiras ressaltadas e, no sedã 1900, faróis de neblina junto à grade e vidro traseiro mais amplo. O 1400 trazia também chassi revisto para maior conforto e novos equipamentos de série. Nos dois, os motores estavam mais potentes — 50 e 70 cv, na ordem — graças ao carburador de corpo duplo e à taxa de compressão mais alta. O 1900 ganhava também rádio.

Pintura em dois tons e um curioso farol de neblina central eram novidades no 1400 B, que chegava em 1956 com mais potência e porta-malas maior

Na evolução seguinte — 1400 B e 1900 B, de 1956 —, os sedãs traziam frisos que nasciam nas luzes de direção e cortavam a grade, além de um único farol de neblina central. Neles e no Gran Luce era possível escolher entre várias opções de pintura em dois tons. O painel era inovador com o velocímetro horizontal em destaque (que diversas marcas copiariam em pouco tempo), em vez dos dois instrumentos circulares usados até então, e o estepe vinha sob o assoalho do porta-malas, posição mais favorável ao espaço de bagagem que a antiga montagem lateral.

O motor do 1400 passava a 58 cv, e o do 1900, a 80 cv. Havia melhorias nos freios e na suspensão. O Gran Luce mantinha o estilo próprio, agora com vidro traseiro bastante envolvente, mas não ganhava o painel horizontal. Seu desenho frontal seria adotado no ano seguinte no 1900 sedã, para maior diferenciação do 1400. A Steyr austríaca também produzia o sedã e o cupê com motores mais potentes: havia versões de 2,0 e 2,3 litros, esta com 95 cv e máxima de 160 km/h, o que os tornava muito desejados.

A série B dos sedãs trazia um velocímetro horizontal, que seria adotado por vários outros fabricantes; a austríaca Steyr chegou a oferecê-los com motor de 2,3 litros e 95 cv

Com o lançamento da linha 1800/2100, em 1959, a Fiat deixava de produzir o 1400 e o 1900, com um total de 136 mil unidades entre os dois modelos. Mas isso não significava seu fim: a espanhola Seat, que fazia modelos da marca italiana sob licença até ser adquirida pela Volkswagen, criou o 1400 C, mesclando a carroceria do novo 1800 à plataforma e ao motor do antigo 1400. Sua produção seria mantida na Espanha até 1973, tendo recebido o estilo do Fiat 2300 e até um motor a diesel da Mercedes-Benz.

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