A fragata francesa

Durante toda a década de 1950 o Frégate correspondeu
ao que havia de mais refinado na linha da Renault

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Logo após a Segunda Guerra Mundial, a francesa Régie Renault contava apenas com os modelos Juvaquatre e Primaquatre. Eram carros pequenos e sem muitas pretensões. Veio se juntar a eles, em 1947, o 4CV. Mas ainda faltava um modelo médio para as classes mais abastadas. No mesmo ano começavam os estudos desse novo automóvel.

Em novembro de 1950 era apresentado, no requintado Palais de Chaillot, o novo Renault Frégate. O automóvel tinha linhas elegantes, curvas, quatro portas, estrutura monobloco e 4,70 metros de comprimento; pesava 1.260 kg. Com conforto viajavam seis passageiros, pois o carro era muito espaçoso. Um de seus concorrentes na França era o Citroën Traction Avant, já antigo na forma, porém atual na técnica.

O Frégate de 1954: um sedã amplo, de linhas elegantes e interior confortável, mas lançado com um modesto motor de 2,15 litros e 58 cv

A parte mecânica do Frégate era clássica. O motor era um quatro-cilindros em linha com cilindrada de 2.141 cm³ e potência modesta, de 58 cv a 4.000 rpm. Era alimentado por um carburador Solex de corpo simples. A caixa de câmbio tinha quatro marchas, com alavanca na coluna de direção, e a tração era traseira. Atingia velocidade final de 130 km/h.

Os primeiros modelos foram destinados a clientes especiais, gente importante e famosa. Duas versões de acabamento eram oferecidas: a Affaires (negócios), mais simples, e a Amiral (almirante), mais luxuosa. Esta tinha os bancos revestidos com tecidos mais refinados, apoios de braço dianteiro e traseiro, teto solar e rodas raiadas. A grade dianteira da versão mais simples tinha três frisos horizontais; na Amiral vinha em um formato oblongo, com frisos horizontais e verticais.

As duas versões, Affaires e Amiral, diferenciavam-se facilmente pela grade: a deste último, o mais luxuoso, tinha forma oblonga e uma única barra horizontal

O painel, em metal e com desenho elegante, trazia velocímetro com graduação horizontal até 160 km/h. Junto dele vinham os marcadores de temperatura e combustível. O volante com dois raios tinha o acionamento de buzina por aro de metal. Pneus faixa branca estavam na moda, e o Frégate não era exceção. A medida era 165-380, com aro em milímetros, que equivalia a quase 15 pol. A suspensão dianteira independente usava triângulos superpostos, molas helicoidais e estabilizador. Atrás mantinha o mesmo conjunto, mas os triângulos eram longitudinais. A estabilidade era muito boa, digna de elogios. Os freios a tambor tinham comando hidráulico. Continua

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Data de publicação: 17/5/05

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