O Monza que não conhecemos

Mesmo com uma linha confusa, o Monza americano
conseguiu firmar os subcompactos na linha Chevrolet

Texto: Fabiano Pereira - Fotos: divulgação

Com projeto moderno e em dia com a Europa, o Chevrolet Monza foi um dos maiores sucessos no mercado nacional na década de 1980. Mas o nome do modelo, inspirado no circuito de corridas italiano, não era novidade na General Motors em seu país sede. Além de identificar a versão esportiva do Corvair nos anos 60, e antes de designar uma variação hatch do Opel Senator alemão em 1978, ainda batizou nos Estados Unidos um interessante modelo pequeno e esportivo, para os padrões locais.

Era quase 1975 e já fazia um ano que Detroit enfrentava a crise do petróleo, que tanto encareceu a gasolina. Desde 1970, os americanos começaram a comprar seus próprios subcompactos, segmento inaugurado por AMC Gremlin, Chevrolet Vega e Ford Pinto. Apesar de inovador e atraente, o Vega trouxe a tiracolo alguns problemas mecânicos que trataram de macular sua boa impressão inicial. A Chevrolet não se inibiu com as falhas do projeto de seu primeiro subcompacto e, ao lado da AMC e seu Pacer, logo tratou de criar um segundo modelo nessa faixa do mercado. Era um atraente hatchback para a linha 1975, o Monza 2+2.

A frente imponente, com quatro faróis retangulares, somava-se à traseira hatch inspirada na do Ferrari "Daytona" para dar um aspecto interessante ao Monza 2+2

A plataforma era baseada na do Vega. O motor rotativo Wankel e o nome Chaparral foram cogitados, mas abandonados antes do lançamento. A proposta do Monza era mais esportiva que a de seu irmão mais velho. O quatro-cilindros de 2,3 litros e 78 cv líquidos (87 cv com carburador de corpo duplo) do Vega era rebaixado a motor básico, enquanto o V8 small-block (bloco pequeno) de 262 pol³, 4,3 litros, era um opcional de que o subcompacto mais antigo da Chevrolet jamais dispôs. Eram 110 cv e a menor cilindrada de um V8 da marca desde o primeiro, em 1917. Os motoristas da Califórnia ainda contavam com a opção do V8 350 de 125 cv — nada menos que 5,7 litros para um carro na faixa dos 1.300 kg.

Havia duas opções de transmissão: uma manual de quatro marchas e a Turbo-Hydramatic de três. A suspensão trazia molas helicoidais na dianteira, independente, e na traseira de eixo rígido. O Monza freava com discos na frente e tambores atrás, media 4,5 metros no comprimento, 2,46 dos quais entre os eixos. O peso com o motor de quatro cilindros era de 1.243 kg e, com o V8, 1.333 kg. Para os padrões americanos da época, eram medidas bem modestas.

No interior, opcionais como direção assistida, ar-condicionado e câmbio automático garantiam o conforto a que os americanos estavam habituados

Uma das maiores evidências das intenções esportivas do Monza estava em seu desenho, de frente pronunciada e traseira hatch ovalada. Inspirado no Ferrari 365 GTB/4 "Daytona", o cupê exalava jovialidade em meio aos enormes carros americanos da época, sem tampouco aparentar a graça infantil do Pinto, do Gremlin e do Pacer. Mas, como identidade de procedência e sinal dos tempos, sua frente tinha faróis duplos e retangulares. Ela era feita de plástico uretano macio, assim como a traseira. A configuração interna era 2+2: na frente ficavam dois bancos individuais e o traseiro, mesmo parecendo de duas peças também, era rebatível.

De série o Monza trazia revestimento interno em vinil, console, bom isolamento acústico, ventilação elétrica, instrumentação completa, pneus radiais com cinta de aço e calotas. Entre os opcionais havia ar-condicionado, câmbio automático, direção assistida, servo-freio, bancos revestidos de couro, rodas de alumínio, vários tipos de rádio, vidros verdes, desembaçador traseiro e decoração lateral, entre outros. Continua

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Data de publicação: 26/7/05

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