Livros
sobre a série 200 são, basicamente, manuais de reparação, mas
existe uma obra sobre toda a história da marca.
Volvo Cars: A Cavalcade - 1927-2000 - por Christer Olsson,
editora Motorbooks International. Com 128 páginas em inglês, o
livro traz todos os modelos produzidos pela empresa de sua
criação até o fim do século passado. Inclui dados técnicos,
volumes de produção e muitas fotos em cores. |
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Rodas esportivas e defletor
dianteiro davam ar mais interessante às versões Turbo, como a perua
acima; de 0 a 100 bastavam 9 segundos


Chamados apenas de 240, esses
longevos Volvos seguiram até 1993 na versão perua e somaram mais de 2,1
milhões de unidades vendidas |
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Em
novembro, na linha 1979, chegava um novo quatro-cilindros a gasolina com
2.316 cm³, 140 cv e 19,9 m.kgf, alimentado por injeção Bosch K-Jetronic.
A velocidade final subia para 185 km/h. Revigorado pelo novo coração, o
Volvo enfrentava o Citroën CX 2400, o
Peugeot 604 TI e o Renault 30 TS na França; o Audi 100, o BMW 525i, o
Ford Granada 2800, o Opel Senator 2800 H e
o Mercedes 230 na
Alemanha; o Rover 3500 SD1 na Inglaterra
e, na Itália, o Alfa 6 e o
Lancia Gamma. Longe dali havia ainda o
Chevrolet Citation
norte-americano e os japoneses Datsun 240 e Mazda 929.
Em 1980 a série 240 contava com cinco motores e a 260 mantinha o bom e
robusto PRV, que podia equipar o sedã, a perua e o cupê Bertone. Este,
que vendia pouco, passava a contar com uma exclusiva pintura dourada que
lhe caía bem; depois uma azul clara e a preta. Uma versão de quatro
cilindros com turbocompressor estreava
no ano seguinte — os suecos estavam entre os primeiros a usar esse tipo
de superalimentação em carros não esportivos. O motor de 2.127 cm³ tinha
155 cv e 24,5 m.kgf, com a injeção Bosch K-Jetronic, e levava o
automóvel a 190 km/h tendo feito de 0 a 100 km/h em nove segundos. Se a
máxima não era muito alta, o proprietário gozava de ótimas retomadas.
Concorria diretamente com o Saab 900
Turbo.
Essa versão tinha câmbio de quatro marchas dotado de overdrive com
comando elétrico. O sistema atuava sobre a quarta e bastava o motorista
apertar um botão na alavanca para o acionamento. O carro tinha belas
rodas de alumínio com pneus 195/60 e, no lugar dos frisos cromados,
havia os de borracha preta. Uma decoração que durou pouco foi a que
tinha frisos verticais pretos intercalados e, no meio das portas
dianteiras, a inscrição Turbo em vermelho com letras grandes.
Destoava da discrição sueca. Por dentro, ótimo acabamento e painel
fartamente equipado. Os bancos dianteiros tinham regulagens para altura
e apoio lombar. Seu único opcional era o teto solar.
Três anos depois apenas a série 240 estava disponível. O carro estava
envelhecendo, mas os motores estavam um pouco mais potentes. O de 2.316
cm³ vinha com 112 ou 136 cv; o diesel pouco mudava e o turbo também
podia equipar a perua. Tanto o cupê comum quanto o Bertone já haviam
sido descontinuados. E o motor V6 estava à disposição no 760, bem mais
moderno. Na década de 1990 a série pouco se modificava: freios com
sistema antitravamento (ABS), bolsas infláveis para motorista e
passageiro, câmbio de cinco marchas para as duas versões a gasolina
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uma com 1.986 cm³ e 116 cv, outra com 2.316 cm³ e a mesma potência,
destinada a mercados onde a maior cilindrada não implicasse aumento de
tributos.
Em 1991 só a robusta perua ainda era produzida — manteve-se até 1993,
quando houve o encerramento da linha após quase 2,1 milhões de unidades
produzidas. Ainda é comum vê-lo pelas ruas da Europa. Mesmo com acesso a
um carro mais novo, muitos são fieis a esse modelo que sempre honrou a
casa sueca com durabilidade, conforto, segurança e resistência, não
importando onde estivesse ou por onde trafegasse. Suportava bem as altas
temperaturas do sul da Espanha como o frio gelado da Islândia, Noruega,
Suécia ou Finlândia. Foi também montado em Halifax, Canadá; em Ghent, na
Bélgica; e em Melbourne, na Austrália, além da versão cupê em Turim.
Volvo em latim significa “Eu rodo”. E a série 200 rodou mesmo o mundo.
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