Nos anos 80 a série 200 recebeu motor turbo a gasolina, freios ABS e bolsas infláveis, mas o desenho conservador de 1974 estava praticamente inalterado
Para ler
Livros sobre a série 200 são, basicamente, manuais de reparação, mas existe uma obra sobre toda a história da marca.

Volvo Cars: A Cavalcade - 1927-2000 - por Christer Olsson, editora Motorbooks International. Com 128 páginas em inglês, o livro traz todos os modelos produzidos pela empresa de sua criação até o fim do século passado. Inclui dados técnicos, volumes de produção e muitas fotos em cores.
 

Rodas esportivas e defletor dianteiro davam ar mais interessante às versões Turbo, como a perua acima; de 0 a 100 bastavam 9 segundos

Chamados apenas de 240, esses longevos Volvos seguiram até 1993 na versão perua e somaram mais de 2,1 milhões de unidades vendidas

Em novembro, na linha 1979, chegava um novo quatro-cilindros a gasolina com 2.316 cm³, 140 cv e 19,9 m.kgf, alimentado por injeção Bosch K-Jetronic. A velocidade final subia para 185 km/h. Revigorado pelo novo coração, o Volvo enfrentava o Citroën CX 2400, o Peugeot 604 TI e o Renault 30 TS na França; o Audi 100, o BMW 525i, o Ford Granada 2800, o Opel Senator 2800 H e o Mercedes 230 na Alemanha; o Rover 3500 SD1 na Inglaterra e, na Itália, o Alfa 6 e o Lancia Gamma. Longe dali havia ainda o Chevrolet Citation norte-americano e os japoneses Datsun 240 e Mazda 929.

Em 1980 a série 240 contava com cinco motores e a 260 mantinha o bom e robusto PRV, que podia equipar o sedã, a perua e o cupê Bertone. Este, que vendia pouco, passava a contar com uma exclusiva pintura dourada que lhe caía bem; depois uma azul clara e a preta. Uma versão de quatro cilindros com turbocompressor estreava no ano seguinte — os suecos estavam entre os primeiros a usar esse tipo de superalimentação em carros não esportivos. O motor de 2.127 cm³ tinha 155 cv e 24,5 m.kgf, com a injeção Bosch K-Jetronic, e levava o automóvel a 190 km/h tendo feito de 0 a 100 km/h em nove segundos. Se a máxima não era muito alta, o proprietário gozava de ótimas retomadas. Concorria diretamente com o Saab 900 Turbo.

Essa versão tinha câmbio de quatro marchas dotado de overdrive com comando elétrico. O sistema atuava sobre a quarta e bastava o motorista apertar um botão na alavanca para o acionamento. O carro tinha belas rodas de alumínio com pneus 195/60 e, no lugar dos frisos cromados, havia os de borracha preta. Uma decoração que durou pouco foi a que tinha frisos verticais pretos intercalados e, no meio das portas dianteiras, a inscrição Turbo em vermelho com letras grandes. Destoava da discrição sueca. Por dentro, ótimo acabamento e painel fartamente equipado. Os bancos dianteiros tinham regulagens para altura e apoio lombar. Seu único opcional era o teto solar.

Três anos depois apenas a série 240 estava disponível. O carro estava envelhecendo, mas os motores estavam um pouco mais potentes. O de 2.316 cm³ vinha com 112 ou 136 cv; o diesel pouco mudava e o turbo também podia equipar a perua. Tanto o cupê comum quanto o Bertone já haviam sido descontinuados. E o motor V6 estava à disposição no 760, bem mais moderno. Na década de 1990 a série pouco se modificava: freios com sistema antitravamento (ABS), bolsas infláveis para motorista e passageiro, câmbio de cinco marchas para as duas versões a gasolina
uma com 1.986 cm³ e 116 cv, outra com 2.316 cm³ e a mesma potência, destinada a mercados onde a maior cilindrada não implicasse aumento de tributos.

Em 1991 só a robusta perua ainda era produzida — manteve-se até 1993, quando houve o encerramento da linha após quase 2,1 milhões de unidades produzidas. Ainda é comum vê-lo pelas ruas da Europa. Mesmo com acesso a um carro mais novo, muitos são fieis a esse modelo que sempre honrou a casa sueca com durabilidade, conforto, segurança e resistência, não importando onde estivesse ou por onde trafegasse. Suportava bem as altas temperaturas do sul da Espanha como o frio gelado da Islândia, Noruega, Suécia ou Finlândia. Foi também montado em Halifax, Canadá; em Ghent, na Bélgica; e em Melbourne, na Austrália, além da versão cupê em Turim.

Volvo em latim significa “Eu rodo”. E a série 200 rodou mesmo o mundo.

Ficha técnica
_ 244 L (1974) 264 GL (1976) 244 DL Estate
a diesel (1980)
MOTOR
Posição e cilindros longitudinal, 4 em linha longitudinal, 6 em linha
Comando e válvulas por cilindro no cabeçote, 2
Diâmetro e curso 88,9 x 90 mm 88 x 73 mm 76,5 x 86,4 mm
Cilindrada 1.986 cm3 2.664 cm3 2.383 cm3
Taxa de compressão 8,7:1 8,7:1 23,5:1
Potência máxima 88 cv a 4.700 rpm 140 cv a 5.250 rpm 82 cv a 4.800 rpm
Torque máximo 16 m.kgf a 2.300 rpm 20,8 m.kgf a 3.500 rpm 14,3 m.kgf a 2.800 rpm
Alimentação carburador injeção mecânica
CÂMBIO
Tipo e marchas manual, 4 com overdrive manual, 5 manual, 4 com overdrive
Tração traseira
FREIOS
Dianteiros e traseiros a disco
Antitravamento (ABS) não
SUSPENSÃO
Dianteira independente, McPherson
Traseira eixo rígido
RODAS
Pneus 165/80 R 14 175/80 R 14 185/80 R 14
DIMENSÕES
Comprimento 4,90 m 4,88 m
Entreeixos 2,64 m
Peso 1.250 kg 1.295 kg 1.350 kg
DESEMPENHO
Velocidade máxima 150 km/h 170 km/h 145 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h ND 12,0 s ND
ND = não disponível

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