

Ao lado de uma evoluída
suspensão e da direção nas quatro rodas, o Soarer trazia refinamentos
como navegador e câmera para manobras |
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Para os EUA ele usava a marca de
prestígio da Toyota, a Lexus; foi com esse fim que se adotou o motor V8
de 4,0 litros e 250 cv na versão 400 |
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Retoques visuais, como grade e lanternas traseiras, vinham em 1988. Uma
versão targa chegava ao mercado em abril do ano seguinte como edição
limitada. O Soarer Aerocabin tinha apenas dois lugares e teto rígido com
abertura elétrica, que se guardava sob uma tampa na traseira junto do
vidro posterior, mantendo a estrutura lateral do teto. Com os mesmos
conteúdos técnico e de conforto do GT Limited, vinha sempre na cor
branco-pérola, com revestimento interno em couro e câmbio automático.
Depois de duas gerações no Japão e em alguns mercados de exportação, o
Soarer estava prestes a representar a Toyota em uma missão mais
expressiva: conquistar uma fatia do segmento de cupês de luxo dos
Estados Unidos.
Estilo
californiano
Modelos
sofisticados de duas portas representavam um segmento muito atraente do
mercado norte-americano. Compradores interessados em ostentar requinte
estão aptos a pagar mais por algo que lhes pareça convincente nessa
tarefa, o que criou uma categoria muito rentável para os fabricantes.
Além disso, esses modelos — em geral mais elegantes e esportivos que os
sedãs de quatro portas — cumprem bem o papel de chamar atenção para a
marca, fortalecer sua imagem de prestígio e agregar apelo a seus demais
produtos.
Depois de inaugurar nos EUA a marca Lexus com dois sedãs de quatro
portas (o grande LS 400 e o de menor porte
ES 250, derivado do Camry), em 1989, a
Toyota passou a trabalhar em um automóvel para competir entre os cupês
de luxo, segmento que contava com Mercedes-Benz SEC,
BMW Série 8 (o
Série 6 havia sido substituído) e Jaguar
XJ-S. Marcas como Acura com o Legend Coupe, Cadillac com o
Eldorado e o conversível
Allanté, Buick com o
Reatta e Lincoln com o
Mark VII também disputavam sua fatia do
bolo, embora sem o mesmo prestígio.
A tarefa de desenhá-lo coube ao Calty Design Research Incorporated, um
estúdio de estilo que a Toyota estabeleceu em 1973 e que estava sediado
em Newport Beach, Califórnia, nos EUA (Calty era uma abreviação de
California Toyota). O resultado aparecia em 1991 como Lexus SC 400, para
os norte-americanos, e como a terceira geração do Soarer (Z30) para os
japoneses.
Se os modelos anteriores abusavam das linhas retas, agora as curvas
estavam por todos os lados, como nos faróis (com refletores
elipsoidais para o facho baixo, nas
unidades principais, e o facho alto em faróis ovais na parte interna),
para-lamas, contornos de janelas, retrovisores e lanternas traseiras. A
frente não trazia grade, uma tendência na época, sendo o ar admitido por
uma tomada inferior. Embora os vidros laterais fossem reduzidos, as
colunas permaneciam estreitas. Se o Cx estava bem melhor (0,32), não
alcançava o do LS (0,30).
Os desenhos originais do Calty teriam deixado o cupê ainda mais ousado,
se não precisassem ser alterados por motivos práticos. Além da
dificuldade em produzir painéis de carroceria tão curvos, a Toyota
enfrentou outras: o motor e as suspensões do sedã não podiam ser
acomodados em um carro mais baixo e tão arredondado; a frente prevista
era tão inclinada que complicava a aplicação de faróis; e a ausência de
grade resultava em admissão de ar insuficiente para arrefecer o motor.
Tudo isso foi contornado sem que o Soarer, ou SC, deixasse de
impressionar pelo estilo.

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